Outro dia, em Milão, foi lançado oficialmente o programa pan-europeu Moonlight, cujo objetivo é organizar uma rede móvel de comunicações e navegação na Lua e, mais tarde, em Marte. “Nem percebemos no que nos inscrevemos”, foi como descreveu a iniciativa um dos participantes do programa. Mas os olhos têm medo, mas as mãos sim. O primeiro satélite do projeto será lançado em 2026, e a prestação dos serviços terá início em 2028.
O iniciador oficial do programa Moonlight é a Agência Espacial Europeia (ESA). O programa prevê a criação de uma constelação de cinco satélites retransmissores em órbita lunar. Os satélites serão lançados para implantar Serviços de Comunicações e Navegação Lunares (LCNS). Os serviços serão prestados a empresas públicas e privadas. Nos próximos 20 anos, espera-se o lançamento de pelo menos 400 missões lunares, cada uma das quais exigirá comunicações com estações na órbita lunar e na Terra. As missões à superfície lunar exigirão navegação para alcançar pousos e movimentos direcionados na Lua.
«A ESA está a dar um passo decisivo no apoio ao futuro mercado lunar comercial, bem como às missões lunares atuais e futuras”, disse Josef Aschbacher, Diretor Geral da ESA, na cerimónia de assinatura do Acordo Moonlight em Milão. Muitas empresas e agências governamentais não terão que pensar em comunicações, economizando recursos em equipamentos e implementando suas tarefas exclusivas.
O primeiro passo será o lançamento do satélite experimental de retransmissão Lunar Pathfinder. O dispositivo será fabricado pela Surrey Satellite Technology Ltd (SSTL). O lançamento está previsto para 2026. Os primeiros serviços da rede Moonlight estão previstos para começar a ser prestados até o final de 2028, e o sistema deverá estar totalmente operacional até 2030.
Além da ESA, a NASA, a JAXA e muitas empresas de todo o mundo estão envolvidas no programa Moonlight. No entanto, a Europa espera ficar com a maior fatia do bolo para si. Poderia haver benefícios comerciais excepcionais para as empresas europeias e para a União Europeia. Se tiver sucesso, com base na rede lunar de comunicações e navegação, a ESA espera criar uma rede semelhante em Marte. Nesse sentido, a agência já deu um nome para a infraestrutura marciana – MARCONI, mas isso será outra história.