A história recente da indústria de semicondutores já conhece exemplos de ações hostis de alguns países que minaram a capacidade de outros obterem os produtos químicos necessários à produção de chips – basta lembrar as sanções ao fornecimento de gases técnicos à Coreia do Sul, que foram impostas pelas autoridades japonesas em 2019. A China não quer encontrar-se nesta situação e, por isso, as empresas locais procuram ativamente fornecedores de matérias-primas e insumos entre os seus compatriotas.

Fonte da imagem: SMIC

Isto foi relatado pela Nikkei Asian Review, citando as suas próprias fontes informadas. A empresa chinesa SMIC, que está sob sanções dos EUA desde o final de 2020, pediu agora aos seus clientes que ajudassem a encontrar fornecedores chineses de pastilhas de silício, produtos químicos e gases industriais que reduziriam a dependência das importações no seu fabrico por contrato de componentes semicondutores. A iniciativa começou no ano passado e vem ganhando força gradativamente.

O maior fabricante de RAM da China, CXMT, também está procurando ativamente alternativas locais para fornecedores de materiais no exterior, segundo a fonte. Ao mesmo tempo, a empresa refere-se a certas disposições da política nacional nesta matéria. Ainda não foram implementadas sanções em grande escala dos EUA contra a CXMT, mas dadas as suas ambições de dominar a produção de memória HBM moderna, necessária para acelerar a operação de sistemas de inteligência artificial, é apenas uma questão de tempo. A proibição do fornecimento de equipamentos avançados para a produção de chips à China foi introduzida pelos EUA, Japão e Holanda há muito tempo, mas os fornecedores de matérias-primas e materiais ainda não sentem tais restrições.

No entanto, o rumo de substituição de importações tomado pelos fabricantes chineses de chips, mesmo sem sanções específicas, já começou a atingir os negócios de fornecedores estrangeiros de materiais e matérias-primas que tinham empresas locais na China. O abandono de seus produtos em favor de análogos de origem chinesa obrigou muitas empresas estrangeiras a vender empreendimentos e a abandonar completamente o mercado chinês. Os que permanecem procuram a oportunidade de criar joint ventures com parceiros chineses, se a situação política o permitir.

Até o momento, os fabricantes chineses de chips estão migrando mais ativamente para materiais nacionais no segmento de processos tecnológicos de 55 a 40 nm, já que neste caso é mais fácil encontrar análogos de origem chinesa de qualidade aceitável, mas aos poucos a tendência se espalhará para tecnológico processos de 28 nm e mais finos.

A propósito, na área de testes de chips e serviços de embalagem, os esforços das empresas chinesas para substituir importações já levaram ao fato de que muitas empresas mundialmente famosas foram forçadas a deixar o mercado local, e a indústria principal da RPC tem tornar-se o segundo maior depois de Taiwan. Segundo representantes de empresas estrangeiras, assim que os fabricantes chineses obtêm acesso a matérias-primas chinesas de qualidade adequada, recusam imediatamente os serviços de fornecedores estrangeiros.

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