Na semana passada, soube-se que as autoridades norte-americanas bloquearam o fornecimento à China dos aceleradores NVIDIA H800 e A800, que esta empresa trouxe para o mercado chinês nos últimos doze meses para cumprir os requisitos das restrições anteriores. Tal assédio à NVIDIA, segundo especialistas, abrirá novas oportunidades de substituição de importações para a Huawei.

Fonte da imagem: Huawei Technologies

Pelo menos, a Reuters refere-se a tais comentários de especialistas da Guotai Junan Securities. A capacidade do mercado interno chinês para aceleradores de computação é estimada em 7 mil milhões de dólares, e as autoridades dos EUA, através das suas acções, estão literalmente a abrir espaço para a Huawei Technologies e outros programadores chineses de hardware especializado. Até agora, a NVIDIA controlava mais de 90% do mercado chinês de aceleradores, mas face ao aumento das sanções será forçada a abrir mão de algumas posições.

Além da Huawei com sua família de processadores Ascend, a empresa chinesa iFlyTek pode oferecer soluções para a criação de sistemas de inteligência artificial baseados neles, embora todos ainda tenham desempenho inferior aos componentes avançados da NVIDIA. Os representantes da iFlyTek, no entanto, não hesitam em dizer que os aceleradores Ascend 910B são comparáveis ​​em desempenho ao NVIDIA A100, cujo fornecimento à China será limitado pelas novas regras de controle de exportação dos EUA.

Um sério problema em termos de migração para plataformas alternativas para desenvolvedores chineses pode ser a dependência já formada da infraestrutura NVIDIA e do ambiente de desenvolvimento CUDA. A Huawei está desenvolvendo sua própria alternativa chamada CANN, mas suas capacidades ainda são muito limitadas e mudar rapidamente para esta plataforma das soluções NVIDIA também não é tão fácil. Para criar um ecossistema competitivo, a Huawei e outras empresas chinesas precisarão de cinco a dez anos, dizem os especialistas. Em julho, responsáveis ​​da Huawei afirmaram que dos mais de 130 modelos de grandes linguagens que estão a ser construídos na China, cerca de 30 utilizam os aceleradores da marca. De acordo com especialistas da 86Research, a tarefa de substituição de importações no domínio dos sistemas de inteligência artificial na China não parece esmagadora se os intervenientes no mercado local tiverem tempo suficiente e uma grande base de utilizadores. Neste sentido, as novas sanções dos EUA deverão servir como um incentivo adicional para o desenvolvimento da economia chinesa.

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