Após a aposentadoria repentina do ex-CEO da Intel, Patrick Gelsinger, as ações da empresa tentaram iniciar o primeiro pregão em alta, mas agora reagiram ao evento com uma queda de 8% no preço. O chefe interino da Intel garantiu aos investidores que a empresa não está mudando suas previsões e aspectos-chave de sua estratégia.

David Zinsner. Fonte da imagem: Intel

O CFO da Intel, David Zinsner, relata a Bloomberg, fez uma declaração correspondente em uma conferência do UBS para investidores, da qual participou como chefe interino da empresa. Lembramos que até o surgimento de um CEO permanente, ele compartilhará esta postagem com Michelle Johnston Holthaus, que lidera a linha de produtos da Intel. No entanto, no evento do UBS, Zinsner estava acompanhado pelo vice-presidente executivo da Intel, Naga Chandrasekaran, que supervisiona o trabalho da divisão de manufatura. Este último observou que “deve haver uma mudança cultural significativa” no trabalho da Intel.

Agora, na hora de produzir produtos, segundo ele, o principal critério não será a vontade de atender a demanda com a produção de uma quantidade adequada de chips, mas a eficiência no uso do capital nesse processo. Antes de Gelsinger deixar o cargo, a administração da Intel esperava receitas no quarto trimestre de US$ 13,3 bilhões a US$ 14,3 bilhões, o que era superior às expectativas dos analistas no centro da faixa (US$ 13,6 bilhões). Após a saída de Gelsinger, esta previsão não foi revisada.

Representantes da atual administração da Intel enfatizaram que continuarão seguindo o caminho traçado por Gelsinger para transformar a empresa em um fabricante contratado de chips de classe mundial. A Intel também não tem preocupações em receber subsídios das autoridades dos EUA ao abrigo do “Chip Act”, cujo valor se aproximará dos 7,9 mil milhões de dólares. Os fundos deverão ser usados ​​para construir fábricas no Arizona, entre outras coisas. Zinsner acrescentou que a maior parte do apoio governamental à Intel nesta área virá na forma de incentivos fiscais, em vez de subsídios, e a administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, valoriza as iniciativas de produção.

Entretanto, o primeiro dia após a demissão de Gelsinger foi o pior dia de negociação para as ações da Intel desde o início de setembro, com o preço das ações da empresa a cair 6%, e ontem caiu mais 2,3%. Desde o início do ano, a Intel perdeu mais de metade da sua capitalização. Analistas da Cantor citados pela CNBC expressaram a opinião de que seria errado atribuir todos os problemas a Gelsinger, e eles vinham se acumulando há anos, mesmo antes de seu retorno à empresa. Conseqüentemente, será extremamente difícil para o sucessor melhorar a situação para melhor. Não será possível resolver rapidamente os problemas acumulados, segundo especialistas. Além disso, se a Intel continuar a insistir na necessidade de desenvolver o seu negócio contratual, que gera milhares de milhões de dólares em perdas todos os trimestres. O sucessor de Gelsinger terá de continuar a cortar custos e alguns activos terão de ser repartidos neste contexto. A principal dificuldade será encontrar grandes clientes para a divisão de contratos da Intel.

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