No final do ano, Intel espera aumentar receita; ações subiram 7,7%

No último trimestre, a Intel conseguiu superar as suas próprias expectativas em termos de receita, margem de lucro e lucro por ação. No segmento de clientes, a receita cresceu sequencialmente 16%, superando as expectativas da administração pelo terceiro trimestre consecutivo, e no segmento de servidores também foi melhor que o esperado. Após o fechamento do pregão, as ações da Intel subiram 7,7%.

Fonte da imagem: Intel

Numa base anual, os resultados do terceiro trimestre da Intel não foram muito encorajadores. A receita total da empresa no período diminuiu 8% em relação ao ano anterior, para US$ 14,2 bilhões. No segmento de clientes, diminuiu 3%, para US$ 7,9 bilhões, o que ainda gera mais da metade da receita total da empresa. O lucro líquido da empresa no ano diminuiu várias vezes, de US$ 1,02 bilhão para US$ 297 milhões. A receita da empresa vem caindo pelo sétimo trimestre consecutivo.

O CEO da Intel, Patrick Gelsinger, expressou esperança de que até o final deste ano a capacidade do mercado de PCs retorne a 270 milhões de unidades em termos anuais. A recusa em oferecer suporte ao Windows 10, segundo ele, permitirá, no longo prazo, retornar esse número ao patamar de 300 milhões de PCs vendidos por ano.

De acordo com o CFO da empresa, David Zinsner, o segmento de soluções para clientes da Intel gerou 16% mais receita (US$ 7,9 bilhões) no último trimestre do que no segundo trimestre, embora tenha caído 3% ano após ano. Os saldos de estoque do lado do cliente atingiram níveis normais. O lucro operacional desta divisão da Intel dobrou sequencialmente para US$ 2,1 bilhões, com os preços médios de venda aumentando devido à demanda por componentes de marca nos segmentos comercial e de jogos.

A administração da Intel lembrou que no dia 14 de dezembro deste ano apresentará os processadores clientes Meteor Lake e os processadores para servidores Emerald Rapids. O desenvolvimento de cinco novos processos tecnológicos em quatro anos torna-se cada vez mais realista, e muitas das etapas decisivas da implementação deste ambicioso programa já foram concluídas, desde que começou há dois anos e meio. A empresa já produziu coletivamente 150 milhões de componentes fabricados com a tecnologia Intel 7. Os processadores Alder Lake, Raptor Lake e Sapphire Rapids já estão no mercado, e Emerald Rapids começou a ser comercializado esta semana. A Intel despachou sua milionésima cópia do Sapphire Rapids no último trimestre e deve lançar a bilionésima no próximo mês.

As entregas de processadores Meteor Lake usando tecnologia Intel 4 começaram no terceiro trimestre. O novo processo técnico no estágio atual, segundo Gelsinger, permite aumentar a eficiência de utilização do capital em 20% em relação à época em que os equipamentos para litografia EUV acabavam de ser introduzidos em circulação. A produção de EUV da Intel está aumentando no Oregon e na Irlanda.

Os primeiros produtos produzidos com tecnologia Intel 3 chegarão à fase de pré-produção até o final deste ano. A rigor, amostras de processadores para servidores Sierra Forrest já estão sendo produzidas na etapa que se tornará serial; os projetos digitais Granite Rapids também estão prontos e estão sendo produzidos nas fábricas da Intel em antecipação à transição para a produção em massa.

A prontidão para a produção em série dos primeiros produtos usando a tecnologia Intel 20A será alcançada no primeiro semestre do próximo ano. Amostras de processadores clientes Arrow Lake já rodam Windows e demonstram “funcionalidade superior”, disse Gelsinger. Os primeiros produtos fabricados com a tecnologia Intel 18A chegarão às linhas de produção das empresas da empresa no primeiro trimestre de 2024 e estarão prontos para produção em massa no segundo semestre do mesmo ano. Além dos processadores para servidores Clearwater Forest e dos processadores clientes Panther Lake, a tecnologia de processo 18A da Intel dará vida a vários chips de terceiros. Os processadores Arrow Lake e Lunar Lake chegarão ao mercado consumidor no próximo ano, e os chips Panther Lake produzidos com a tecnologia de processo Intel 18A não aparecerão no segmento de clientes antes de 2025.

Gelsinger acrescentou que a Intel já possui grandes clientes não só para a tecnologia de processo 18A, mas também para o processo Intel 3, que está mais próximo da fase de produção em série. A empresa também conseguiu assinar contrato com mais dois clientes, para os quais irá produzir componentes desenvolvidos por eles usando a tecnologia Intel 18A. Anteriormente, a Boeing, a Northrop Grumman e a Ericsson foram mencionadas neste contexto. Em entrevista à Reuters, Gelsinger explicou que a empresa já possui três clientes confirmados na direção Intel 18A, um deles já fez um grande pré-pagamento. Outro cliente da Intel 18A consolidará no papel suas intenções nesta área antes do final do ano, conforme explicou o chefe da corporação.

O interesse dos clientes nos serviços de empacotamento de chips da Intel também está crescendo, contribuindo parcialmente para o crescimento da receita da divisão de contratos da empresa em quatro vezes, para US$ 311 milhões ano a ano no terceiro trimestre, mas ainda assim encerrou o período com um prejuízo operacional de US$ 86 milhões devido à alta custos de desenvolvimento de negócios. A Intel já atraiu dois desenvolvedores de aceleradores de computação para sistemas de inteligência artificial para seus serviços de empacotamento de chips, e também há clientes atualmente em negociações ativas com ela.

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No segmento de servidores, a receita anual da Intel diminuiu 10%, para US$ 3,8 bilhões, mas foi superior às expectativas da própria empresa. A recuperação sazonal da procura no segmento foi mais forte do que o esperado, com as vendas de processadores Xeon a aumentarem de forma sequencial. A popularidade das novas gerações de produtos da Intel neste segmento de mercado fez com que o preço médio de venda do Xeon atingisse um nível recorde. A divisão de servidores da Intel voltou a ter rentabilidade operacional no terceiro trimestre, embora com modestos US$ 71 milhões. O lucro operacional aumentou 151%. Segundo Gelsinger, no segmento de inteligência artificial, a demanda não se limita a aceleradores especializados como os produtos NVIDIA, e a necessidade da indústria por unidades centrais de processamento nesse contexto é crescente. Além disso, a Intel vai desenvolver funcionalidades especializadas até mesmo no nível dos processadores clientes, equipando-os com unidades de aceleração de rede neural (NPU).

A direção de componentes de rede e computação periférica (NEX) na comparação anual mostrou uma diminuição na receita em 32%, para US$ 1,5 bilhão, o lucro operacional caiu 91%. O mercado ainda sofre com a baixa demanda e com a preservação do aumento dos estoques de produtos. A subsidiária Mobileye registrou um crescimento de receita de 18% em relação ao ano anterior, para US$ 530 milhões no terceiro trimestre, à medida que a demanda por sua família de chips EyeQ usados ​​em sistemas de assistência ao motorista cresceu. O lucro operacional da divisão aumentou 20%, para US$ 170 milhões, mas as perspectivas futuras para a divisão israelense da Intel são obscurecidas pelo conflito militar em curso na região. As atividades da empresa Intel em Israel não foram afetadas pelos acontecimentos recentes na região.

Para o quarto trimestre, a Intel espera que a receita varie de US$ 14,6 bilhões a US$ 15,6 bilhões, um aumento de 8% ano após ano, e que as margens de lucro aumentem 2,7 pontos percentuais ano após ano, para 46,5%. No terceiro trimestre, a margem de lucro não ultrapassou 45,8%, permanecendo em linha com o mesmo período do ano passado, mas ao mesmo tempo superando a previsão de julho da própria Intel em 2,8 pontos percentuais.

Até ao final deste ano, a Intel planeia reduzir custos em 3 mil milhões de dólares, o que será conseguido em parte através da redução do número de funcionários, que já diminuiu dos 131.500 do ano passado para 120.300 pessoas. As despesas operacionais foram reduzidas em 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No evento de reportagem, Gelsinger conseguiu afirmar que não vê uma ameaça séria em potenciais processadores com arquitetura compatível com Arm que NVIDIA e AMD possam desenvolver para o segmento de clientes do mercado. Afinal, a administração da Intel já havia expressado sua disposição de lançar processadores com arquitetura compatível com Arm para seus clientes, mas a empresa claramente não está pronta para ajudar concorrentes sérios nessa medida.

avalanche

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