Em agosto, a Intel fechou um acordo com a canadense Brookfield Asset Management para financiar em conjunto a construção de novas fábricas de chips no Arizona. Os sócios terão que dividir os custos quase em partes iguais, o valor total chegará a US$ 30 bilhões. Nesta semana, o diretor financeiro da Intel deixou claro que um esquema semelhante será usado no futuro e, junto com os subsídios, o empresa conseguirá atingir o mesmo nível de custos que os concorrentes asiáticos.
David Zinsner fez seus comentários na conferência do Credit Suisse, onde representou os interesses da Intel Corporation. O CFO enfatizou que, do ponto de vista gerencial, a empresa detém a maioria dos votos neste projeto, e a presença desse parceiro financeiro reduzirá o impacto negativo das oscilações de seu próprio fluxo de caixa na implementação do programa de investimentos. Esta colaboração deve ser apenas uma de muitas a seguir. A Intel vai envolver parceiros existentes e novos parceiros nesse esquema de cofinanciamento, e um grande interesse neste tópico já é perceptível entre eles. Como acrescentou Zinsner, os consultores financeiros recorrem regularmente à administração da Intel com novas propostas desse tipo.
A oportunidade de obter fontes adicionais de financiamento é muito encorajadora para a Intel. De fato, segundo Zinsner, a empresa é inovadora não só em termos de tecnologia, mas também na busca de fontes de financiamento. O programa de investimentos da Intel para os próximos anos é muito extenso para que a empresa cubra as necessidades de financiamento apenas de suas fontes tradicionais.
Ao mesmo tempo, o diretor financeiro da Intel está ciente da diferença no nível de custos para construir e lançar uma empresa na Ásia e nos Estados Unidos. Neste último caso, os projetos correspondentes são mais caros. As autoridades asiáticas fornecem certos subsídios aos investidores que constroem empreendimentos na região. Com a aprovação do chamado “Chip Act” pelas autoridades dos EUA, a Intel tem a oportunidade de atingir um nível comparável de seus próprios custos na construção de empresas nos EUA em comparação com projetos implementados na Ásia. David Zinsner também elogiou o CEO da Intel, Patrick Gelsinger, por fazer lobby junto ao governo dos EUA para aprovar o projeto de lei. Além disso, a prontidão das autoridades europeias em adotar um pacote de leis semelhante também é, em certa medida, mérito de Gelsinger, segundo seu colega.
David Zinsner está convencido de que a Intel na área de fabricação de chips por contrato será capaz de superar os concorrentes não apenas em tecnologia, mas também em termos de custo. Neste último caso, a verticalização dos negócios ajuda a reduzir o custo dos produtos da Intel, segundo o diretor financeiro. O compromisso do cliente pode servir como um indicador de confiança nas capacidades tecnológicas da Intel, disse Zinsner. Segundo ele, sete dos dez maiores clientes sem fábrica do mundo já estão envolvidos em negociações com a Intel em um estágio ou outro. MediaTek é apenas um deles, a administração da Intel estará pronta para nomear os outros conforme o progresso for feito nesta área.