Um ex-funcionário da SK Hynix, um cidadão chinês de 36 anos, foi condenado a 18 meses de prisão e multado em 20 milhões de won (cerca de US$ 14 mil) por roubar tecnologia crítica de semicondutores antes de ingressar na Huawei. Um tribunal sul-coreano considerou-a culpada de violar a Lei de Emenda à Tecnologia Industrial (Emenda ITA), observando que a ré imprimiu cerca de 4.000 páginas de documentação técnica, a fim de aumentar o seu valor num novo emprego.
A carreira da ré na SK Hynix começou em 2013, onde se dedicava à análise de defeitos na fabricação de semicondutores. Em 2020, foi nomeada para o cargo de líder de equipa responsável pelo trabalho com clientes empresariais da filial chinesa da empresa, o que incluía o acesso a um vasto conjunto de dados tecnológicos e informações confidenciais. Essa experiência permitiu que ela se candidatasse a um cargo com melhor remuneração na Huawei, que ela aceitou em junho de 2022.
O tribunal rejeitou os argumentos do arguido de que a impressão de documentos – cerca de 4.000 páginas em 4 dias – era necessária para efeitos de formação e transferência de processos. A defesa insistiu que esses materiais foram copiados exclusivamente para a realização de tarefas de trabalho. No entanto, o tribunal observou que tais ações pareciam incomuns: os documentos foram impressos em junho de 2022, poucos dias antes de sua demissão da empresa e posterior contratação na Huawei. Neste caso, o roubo de dados ocorreu no escritório da SK Hynix em Xangai, onde as medidas de segurança eram menos rigorosas.
O tribunal concluiu que a arguida retirava diariamente cerca de 300 páginas de documentos impressos, escondendo-os na mochila e no saco de compras. Esta abordagem metódica e sistemática levantou suspeitas de violação deliberada do sigilo dos dados, que não escaparam à investigação. A promotoria enfatizou que as informações relacionadas às tecnologias de fabricação de semicondutores poderiam ser de valor significativo para o novo empregador do réu.
O tribunal também sugeriu que a transição da ré para trabalhar para a Huawei imediatamente após deixar a SK hynix poderia indicar a sua intenção de utilizar a documentação técnica roubada para confirmar o seu valor profissional. Pouco depois de regressar à Coreia do Sul, em junho de 2022, começou a trabalhar na Huawei, o que levantou sérias suspeitas entre os investigadores.
No entanto, ao sentenciar, o tribunal levou em consideração a falta de provas de que as informações roubadas foram realmente utilizadas no novo local de trabalho, bem como a ausência de reivindicações materiais declaradas por parte da SK Hynix. Estas circunstâncias serviram de base para a redução da pena de prisão e a limitação do valor da multa.
O teste também revelou as medidas de segurança que a SK Hynix adota para proteger dados confidenciais. A empresa proíbe o uso de mídias removíveis, como drives USB, e todos os materiais impressos estão sujeitos a um controle rigoroso: são registrados o conteúdo do documento, as informações sobre o usuário da impressora e a finalidade da impressão. No entanto, o réu conseguiu contornar essas medidas de segurança no escritório da SK hynix em Xangai, de onde os documentos foram roubados.