A controvérsia em torno do atual CEO da Intel, Lip-Bu Tan, e as tentativas da administração de tirar a empresa da crise como um todo não permitiram que Craig Barrett, que nas últimas décadas ocupou vários cargos, de COO a presidente da Intel e presidente do conselho de administração, se afastasse. Ele propôs salvar a empresa literalmente “com o mundo inteiro”.

Fonte da imagem: Intel

Em seu artigo na Fortune, Barrett enfatizou que a Intel é a responsável por organizar a produção de chips nos Estados Unidos usando tecnologias litográficas avançadas. Nem a TSMC nem a Samsung, afirmou ele, conseguirão oferecer seus processos tecnológicos mais avançados nos Estados Unidos nos próximos anos.

É importante que os clientes americanos de fabricantes contratados que competem com a Intel entendam, como explicou Barrett, que precisam de um segundo fornecedor de chips por diversos motivos. Em sua atual situação financeira, a Intel não consegue alcançar a TSMC em termos de capacidade de produção. Para alcançar sua concorrente taiwanesa, a empresa americana precisará de cerca de US$ 40 bilhões em investimentos. A mesma “Lei CHIP” americana propõe distribuir um valor semelhante entre vários fabricantes, de modo que não será possível cobrir as necessidades da Intel exclusivamente às custas do orçamento americano.

A única fonte de financiamento para as necessidades da Intel poderia ser seus clientes, garante o ex-presidente da empresa. Se os oito maiores clientes da Intel contribuíssem com US$ 5 bilhões cada, isso já daria à empresa a chance de alcançar a TSMC e proporcionar uma vantagem competitiva à indústria americana de semicondutores.

Barrett também critica a ideia do atual chefe da Intel sobre as condições para dominar a tecnologia 14A na produção em massa. Lembremos que Lip-Bu Tan acredita que a Intel 14A só deve ser implementada se forem encontrados vários grandes clientes para essa tecnologia de processo. Barrett afirmou que não é assim que se torna um líder tecnológico e, nessa área, não se deve seguir os concorrentes, mas sim superá-los. A Intel tem tudo em ordem com seu potencial tecnológico; como Barrett está convencido, ela só precisa de dinheiro, mas precisa começar a investir em tecnologias futuras agora.

Além disso, o ex-presidente da Intel acredita que as autoridades americanas poderiam financiar o desenvolvimento da indústria nacional de semicondutores por meio da receita de impostos de importação, que Donald Trump pretende aumentar. Barrett considera a ideia de dividir a Intel em duas partes insustentável e contraproducente. Em sua opinião, o conselho de administração da empresa precisa coordenar esforços com as agências governamentais relevantes para atrair investimentos dos principais clientes da Intel.

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