Cliente de longa data da desenvolvedora britânica de arquiteturas de processadores Arm, a fornecedora americana de processadores Qualcomm acumulou muitas reclamações contra sua parceira e agora vai defender seus interesses com a participação de autoridades antitruste dos EUA, UE e Coreia do Sul. O início da nova campanha foi relatado pela Bloomberg.

Fonte da imagem: Qualcomm

A Qualcomm tem mantido sigilo sobre essas atividades, preferindo manter conversas confidenciais com reguladores e registrar reclamações sobre as ações da Arm por meio de canais internos, mas fontes da Bloomberg souberam que a empresa está trabalhando com autoridades antitruste em três continentes. Segundo a Qualcomm, a holding Arm começou a dificultar a livre concorrência ao restringir o acesso aos seus empreendimentos após manter o princípio de abertura por mais de 20 anos.

A Arm conseguiu construir uma forte dependência dos clientes em sua tecnologia ao longo desse tempo por meio de um modelo de licenciamento aberto e, nos estágios iniciais, essa abordagem contribuiu para o rápido crescimento do setor. Agora, a Qualcomm alega que a livre concorrência está ameaçada, já que a Arm supostamente busca restringir o acesso à sua tecnologia em vista de seus planos de lançar seus próprios processadores. Isso se tornou conhecido após o estudo de documentos confidenciais enviados pela Qualcomm às autoridades antimonopólios em diversas regiões.

Representantes das partes interessadas não comentaram esta publicação da Bloomberg, e apenas a Arm expressou confiança em sua justeza e vitória em quaisquer batalhas judiciais. A Qualcomm, ela disse, está tentando distrair as autoridades de uma disputa comercial entre as empresas para obter algum benefício para os negócios.

A Qualcomm venceu recentemente um processo judicial no qual comprou a startup Nuvia, cujos desenvolvimentos ela usou para produzir processadores Snapdragon X compatíveis com Arm para PCs. Os representantes da Arm pretendem recorrer da decisão judicial, mas por enquanto devem passar pelo processo de mediação a pedido do juiz. Se nenhum acordo for alcançado, ambas as empresas poderão se envolver em anos de litígio. Na jurisdição da UE, a Qualcomm já entrou com uma ação judicial contra a Arm, acusando-a de restringir o acesso de potenciais concorrentes aos seus desenvolvimentos enquanto se prepara para lançar processadores com sua própria marca no mercado. A Arm está atualmente estudando os materiais do caso e se preparando para fornecer sua resposta às alegações da Qualcomm. A Qualcomm já compartilhou argumentos semelhantes com autoridades antitruste americanas e sul-coreanas. A própria Qualcomm também tem que lidar com reivindicações antitruste, mas até agora a empresa conseguiu contestar a maioria delas.

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