Os produtos vendidos na China pela empresa americana Intel devem ser verificados quanto a ameaças à segurança nacional, disse a Associação de Segurança Cibernética da China (CSAC). A declaração observa que a fabricante de chips “causa constantemente danos” à segurança nacional e aos interesses do país.
Embora o CSAC seja um grupo industrial e não um órgão governamental, tem laços estreitos com as autoridades chinesas. Portanto, a longa lista de acusações contra a Intel, publicada esta semana na conta oficial do CSAC na rede social WeChat, pode se tornar motivo para uma auditoria séria por parte do regulador da indústria representado pela Administração do Ciberespaço da China (CAC). Os representantes oficiais da Intel e do CAC até agora se abstiveram de comentar este assunto.
«Recomenda-se iniciar uma revisão da segurança da rede dos produtos vendidos pela Intel na China para proteger eficazmente a segurança nacional da China e os direitos e interesses legítimos dos consumidores chineses”, afirma o comunicado do CSAC.
A declaração do CSAC alega que os processadores Intel, incluindo os chips Xeon usados para tarefas de inteligência artificial, apresentam uma série de vulnerabilidades. A organização atribuiu isso a sérios problemas em termos de qualidade dos produtos e controle de segurança, o que indica “uma atitude extremamente irresponsável para com os clientes” por parte da Intel.
Também é alegado que o software relacionado da Intel é vulnerável a backdoors da Agência de Segurança Nacional dos EUA. “Isso representa uma séria ameaça à segurança de infraestruturas de informação críticas em países ao redor do mundo, incluindo a China. O uso de produtos Intel representa um sério risco à segurança nacional”, afirmou o comunicado do CSAC.
Mesmo uma proibição temporária dos produtos Intel poderia limitar ainda mais o fornecimento de chips para o segmento de inteligência artificial no mercado chinês, cujos participantes estão se esforçando muito para encontrar alternativas viáveis aos produtos da Nvidia, cujas soluções avançadas de IA foram proibidas de serem comercializadas. fornecido à China pelas autoridades dos EUA. Segundo a fonte, este ano a Intel recebeu vários contratos para fornecer chips Xeon a diversas organizações governamentais no Reino Médio.
Recordemos que no ano passado o CAC proibiu os principais operadores nacionais de infra-estruturas de comprar produtos do fabricante americano de chips Micron Technology Inc. Esta decisão foi tomada tendo como pano de fundo o facto de os produtos da empresa não terem passado num teste de cibersegurança. Uma verificação semelhante dos produtos Intel poderia afetar negativamente as receitas da empresa, das quais mais de um quarto no final do ano passado foram recebidas no Reino Médio.