CEO da Intel revela os três maiores erros da Intel: dos smartphones à IA

O CEO da Intel, Pat Gelsinger, é conhecido por suas críticas francas às empresas de tecnologia, incluindo a sua própria. Em entrevista ao Digit, ele descreveu abertamente os três principais erros da Intel: uma entrada malsucedida no segmento de smartphones, a interrupção do trabalho em um processador gráfico orientado para IA e atenção insuficiente ao desenvolvimento de suas próprias capacidades de produção.

Fonte da imagem: Intel

Um dos fracassos mais notáveis ​​da Intel foi a sua tentativa de conquistar o mercado de smartphones. Os processadores Atom, lançados em 2008, foram projetados principalmente para dispositivos móveis, mas não conseguiram competir com os chips Arm. O primeiro smartphone baseado em Intel apareceu apenas em 2012 e, em 2016, a empresa abandonou o desenvolvimento nessa direção devido a resultados insatisfatórios.

Outro fracasso significativo foi o cancelamento do projeto Larrabee em 2010. Este projeto envolveu a criação de um processador gráfico universal que poderia se tornar a base para aplicações de IA. Após a saída de Gelsinger da Intel em 2009, os planos de lançar o Larrabee para os mercados de consumo e de computação de alto desempenho foram descartados. O projeto Xeon Phi, embora tenha continuado o desenvolvimento nessa direção, não teve a ambição e o impacto que as GPUs poderiam ter.

Gelsinger expressou insatisfação com a compra de cinco empresas de IA pela Intel, considerando os negócios desnecessários se o Larrabee fosse lançado com sucesso. Não especificou a que tipo de transações se referia, mas pode-se presumir que se trata da aquisição da Nervana em 2016, cujos produtos foram descontinuados quatro anos depois. Além disso, um investimento de US$ 500 milhões no DeepLabs em 2014 também não trouxe o sucesso esperado.

O terceiro erro mencionado por Gelsinger diz respeito à estratégia de produção da empresa. A Intel, possuindo algumas das tecnologias mais avançadas na área de produção de chips, há muito as utiliza exclusivamente para suas próprias necessidades. No entanto, como observa Gelsinger, isto foi uma omissão, uma vez que a abertura das instalações de produção a clientes terceiros poderia ter gerado lucros adicionais e reforçado a posição da empresa no mercado.

Gelsinger concentrou-se especificamente nos negócios de manufatura da Intel e em sua nova iniciativa IDM 2.0, que visa abrir as capacidades de manufatura da Intel para clientes terceiros. Esta decisão estratégica permitirá à empresa competir com líderes como TSMC e Samsung e aumentar o investimento em produção, investigação e desenvolvimentos de ponta.

Contudo, Gelsinger não perdeu de vista os sucessos da Intel. A aquisição da Habana Labs por US$ 2 bilhões em 2019 e o investimento de US$ 650 milhões na Granulate em 2022 são movimentos que podem ser benéficos para a empresa no longo prazo, à medida que o mercado de IA evolui.

Gelsinger, que mais uma vez se propôs reformar a Intel, está a demonstrar vontade de aprender com os seus próprios erros. Ele fala abertamente sobre os erros do passado para construir o futuro com base neles. O tempo dirá até que ponto serão bem-sucedidos os seus esforços para devolver a empresa à vanguarda de uma indústria que avança inexoravelmente sem esperar pelos que ficam para trás.

avalanche

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