Avaliando com sobriedade as sanções americanas dos últimos anos, as autoridades chinesas procuram alcançar a soberania tecnológica do seu país na produção de componentes semicondutores, pelo menos nas principais áreas de actividade. Embora os esforços dos aliados dos EUA para reforçar as sanções não estejam muito bem sincronizados, os fornecedores de equipamento japoneses estão a conseguir ganhar um bom dinheiro no mercado chinês.
Uma vez que as sanções dos Estados Unidos e dos seus associados políticos ainda se concentram principalmente em tecnologias litográficas avançadas, nada impede os fabricantes chineses de chips de adquirirem activamente equipamento do Japão para produzir componentes utilizando tecnologias mais maduras. Por exemplo, na faixa de 28 a 45 nm. Esses chips são procurados em uma ampla gama de aplicações e, portanto, o custo de aquisição de equipamentos para sua produção é mais fácil de justificar.
Por exemplo, a administração da empresa japonesa Screen Semiconductor Solutions, em entrevista ao Nikkei Asian Review, admitiu que no atual ano fiscal a participação da receita na direção chinesa aumentará dos 19 para 44% do ano passado. Conforme observado recentemente, a Tokyo Electron gerou até 46,9% de sua receita total no mercado chinês no último trimestre, uma situação típica de muitos fornecedores japoneses de equipamentos para fabricação de chips.
Tendo como pano de fundo estes acontecimentos, a Nikon chegou a considerar razoável introduzir pela primeira vez em vinte e cinco anos novos modelos de equipamentos da linha i-line, muito procurados na China. Esta prática permitirá à empresa cumprir as exigências das autoridades japonesas e americanas relativamente aos controlos de exportação e, ao mesmo tempo, ganhar dinheiro no crescente mercado chinês.
Outro fabricante de equipamentos de litografia do Japão, que tem uma fábrica na China, explicou que as sanções contra aquele país até o ajudaram a receber novos pedidos de clientes locais. Ter uma operação local tranquiliza os compradores chineses em meio ao aumento das sanções.
Ao mesmo tempo, de acordo com alguns fornecedores japoneses, os clientes chineses não hesitam em utilizar equipamentos à sua disposição sob sanções para tentar produzir componentes mais avançados, contornando assim as restrições. Nem todos os fornecedores de equipamentos, porém, acreditam no potencial ilimitado do mercado chinês. Representantes da Ebara, por exemplo, reclamam da instabilidade da situação com a demanda pelos seus equipamentos. Muitas empresas chinesas, mesmo com planos ambiciosos para a construção de empresas, podem subitamente falir. Para os fornecedores de equipamentos, esta situação não pode ser fonte de otimismo.
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