A avançada tecnologia de processo 18A da Intel entrou em produção em massa em duas fábricas de US$ 32 bilhões construídas recentemente no Arizona. Concorrência, negócios deficitários, ceticismo dos investidores e surpresas políticas do presidente americano são apenas alguns dos desafios que a nova instalação precisa superar.
Fonte da imagem: Intel
Componentes fabricados aqui com a tecnologia 18A da Intel começarão a aparecer em processadores para laptops e servidores no próximo ano, com os processadores Panther Lake para dispositivos móveis sendo os primeiros a chegar ao mercado. “Esta é a fábrica de semicondutores mais avançada do mundo atualmente, mas entendemos que temos um longo caminho a percorrer para conquistar a confiança de nossos clientes”, cita Kevin O’Buckley, vice-presidente sênior de negócios sob contrato da Intel, ao Financial Times. Analistas da Creative Strategies preveem que os principais clientes da Intel decidirão se terceirizarão a produção de seus chips para a empresa nos próximos seis a oito meses.
Isso pode nem ser a tecnologia 18A em si, mas sim o próximo passo, a 14A, que a Intel pretende continuar desenvolvendo somente se tiver potenciais pedidos de grandes clientes. Todo o negócio sob contrato da Intel dependerá de sua capacidade de conquistar a confiança dos clientes.
A pressão sobre a Intel nessa área vem de várias direções. O governo dos EUA, que adquiriu uma participação de 10% na empresa, insistirá no desenvolvimento de tecnologias avançadas nos EUA e no desenvolvimento da fabricação de chips em todo o país. A construção de duas instalações no Arizona custou à Intel mais da metade de sua receita total em 2024. Enquanto isso, a divisão de manufatura da Intel vem registrando prejuízos trimestrais de vários bilhões de dólares há dois anos, sem nenhuma luz no fim do túnel à vista. Analistas do Morgan Stanley observam que os negócios de contratos da Intel estão perdendo US$ 10 bilhões anualmente, e a dívida da empresa ultrapassa US$ 20 bilhões.
CorporaçãoA Fab 52 no Arizona foi concluída e equipada com os equipamentos necessários, enquanto a Fab 62 adjacente permanece vazia. O ritmo acelerado de expansão da capacidade de produção já havia derrubado o CEO anterior, Patrick Gelsinger, demitido em dezembro passado, em grande parte devido ao seu otimismo exagerado.
Analistas começaram a especular que seu sucessor, Lip-Bu Tan, estava preparado para vender totalmente a unidade de fabricação da Intel, mas as políticas de Trump também alteraram essa situação. As autoridades americanas consideram a Intel uma importante fabricante nacional de chips e, portanto, a apoiarão por meio de participação acionária, mas com ênfase no desenvolvimento da fabricação nos EUA. A Nvidia e a SoftBank contribuíram para o resgate da Intel, com a primeira contribuindo não apenas financeiramente, mas também por meio da participação no desenvolvimento de processadores de próxima geração.
Dado o quão ativamente o governo Trump está incentivando os fabricantes de chips a localizar a produção nos EUA, as capacidades técnicas da Intel podem ser muito úteis para aqueles que concordam com essa política. Sob a pressão de Trump, a Intel pode conquistar novos clientes. Muitos deles já estão monitorando de perto o progresso da Fab 52, embora possam não utilizar a tecnologia de processo 18A proprietária da Intel. Enquanto isso, o atual CEO da Intel é forçado a buscar oportunidades de corte de custos, já que o conselho de administração o nomeou para substituir Gelsinger para esse propósito.
Os produtos da própria Intel já estão começando a sair da linha de montagem da Fab 52 — chips fabricados com o processo 18A formarão a base dos processadores móveis Panther Lake e dos processadores para servidores Clearwater Forest. Como as gerações anterioresOs processadores Intel eram quase inteiramente fabricados em nível de matriz pela concorrente TSMC, e devolvê-los à sua própria linha de produção teve grande significado ideológico para a Intel.
Os problemas iniciais com altas taxas de defeitos na Fab 52 foram resolvidos, de acordo com representantes da Intel. O lançamento desses processadores no início do próximo ano deve melhorar a reputação da empresa aos olhos de clientes e investidores, acreditam eles. O amplo uso da litografia EUV na produção de chips 18A exigiu que a Intel investisse pesadamente na compra do equipamento necessário da ASML. Se o processo 14A da Intel for implementado até 2028 e atrair clientes terceirizados suficientes, isso permitirá que a empresa justifique todos os custos associados. Os clientes em potencial têm uma janela de oportunidade limitada para tomar uma decisão e, para a Intel, essa também é uma janela de oportunidade bastante estreita.
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