A Europa descobriu que a sua soberania em matéria de semicondutores é uma ficção

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) publicou um relatório afirmando que a União Europeia (UE) é altamente dependente de microchips chineses usados ​​em dispositivos do dia a dia. De acordo com o relatório, cerca de 33% dos chips produzidos em massa usados ​​em carros e eletrodomésticos são importados da China. Ao mesmo tempo, a UE está significativamente atrasada em relação à meta de capturar 20% do mercado global de semicondutores até 2030, conforme estabelecido na Lei Europeia de Chips.

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De acordo com a ECA, o ritmo atual de desenvolvimento da produção de semicondutores na UE não é suficiente para atender à crescente demanda interna. Os auditores descobriram que os fabricantes europeus de chips, incluindo Infineon (Alemanha), NXP (Holanda) e STMicroelectronics (França-Itália), não conseguem atender à demanda doméstica. Em 2024, o déficit comercial da UE com a China em semicondutores foi de € 9,8 bilhões. Além da China, também há déficit comercial com Taiwan, principal centro mundial de produção de chips mais avançados.

Enquanto a demanda global está focada em chips avançados usados ​​em smartphones e data centers, a demanda por chips menos complexos e maduros também permanece alta. Esses componentes são essenciais para a produção de dispositivos de baixo consumo de energia e desempenham um papel importante na transição para tecnologias mais sustentáveis. Auditores europeus alertaram que a lacuna neste segmento só aumentará.

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A Câmara de Contas avaliou criticamente o andamento da implementação da Lei do Chip. O documento salienta que a UE está “longe” de atingir uma quota de 20% na cadeia de valor global dos microchips até 2030. Este objetivo é considerado mais um “proclamado” do que um baseado nas capacidades reais da UE. Em julho de 2024, a Comissão Europeia já reconhecia que a quota esperada até 2030 não seria superior a 11,7%.

Em resposta aos crescentes riscos de dependência de fornecedores externos, a UE realizou uma pesquisa com empresas que produzem e usam gerações anteriores de chips. O estudo analisou a aplicação dessas tecnologias em automóveis, eletrodomésticos e dispositivos médicos. O motivo foi o receio de que empresas subsidiadas pelo Estado chinês estivessem minando a posição dos fabricantes europeus. O estudo foi coordenado com Washington e acompanhado por uma pesquisa semelhante conduzida nos Estados Unidos durante o governo do presidente Joe Biden.

Annemie Turtelboom, membro do Tribunal de Contas Europeu, disse que as tensões geopolíticas entre a UE e os EUA tornaram a questão da redução da dependência ainda mais urgente do que há um ano. “Já sabemos dos riscos associados às importações de países com os quais temos relações incertas. Mas talvez não possamos sequer contar com aliados tradicionais para o fornecimento de microchips”, enfatizou.

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