As notícias sobre a atuação da gigante chinesa Huawei Technologies na área de substituição de importações aparecem uma após a outra. Enquanto o mundo inteiro discute de onde vieram os processadores de 7nm nos smartphones da série Mate 60, a Huawei está simultaneamente retomando o fornecimento de seus próprios componentes semicondutores para sistemas de vigilância por vídeo. Ao mesmo tempo, os representantes das empresas apelam a uma transição mais activa para a base de componentes nacionais.

Fonte da imagem: Huawei Technologies

A Reuters, através dos seus próprios canais, apurou que a divisão especializada da Huawei Technologies retomou o fornecimento de componentes semicondutores de design próprio para câmaras de videovigilância no segmento de preço superior, embora as sanções dos EUA já a tivessem impedido de o fazer desde 2019. Segundo a fonte primária, os clientes chineses da Huawei neste segmento de mercado têm recebido novos lotes de semicondutores da marca para câmeras CCTV desde este ano.

É claro que chips para câmeras CCTV são muito mais fáceis de desenvolver e produzir do que chips para smartphones, mas também nesta área a Huawei foi forçada a limitar a sua presença no mercado após a imposição de sanções dos EUA em 2019. Os chips para câmeras de vídeo são desenvolvidos pela divisão HiSilicon, que também criou o mesmo processador Kirin 9000S de 7 nm, que se tornou o motivo da investigação das autoridades americanas sobre a situação real da indústria chinesa de semicondutores.

Antes da entrada em vigor das sanções contra a Huawei, a divisão HiSilicon ocupava até 60% do mercado global de chips para câmeras de videovigilância. Em 2021, devido às restrições às exportações dos EUA, a quota da HiSilicon já não ultrapassava os 3,9%, mas durante todo este tempo a empresa manteve a capacidade de abastecer o mercado com uma gama limitada de componentes de perfil. Agora, fontes chinesas estão prontas para anunciar o regresso da Huawei a este segmento de mercado com novos chips criados sob sanções.

Ao mesmo tempo, o vice-presidente do Conselho de Administração da Huawei Technologies, Eric Xu Zhijun, nas páginas das publicações chinesas, apela aos fabricantes chineses em geral para que utilizem mais ativamente a base de componentes nacionais, pois sem ela será impossível alcançar progresso na redução da lacuna tecnológica com produtos estrangeiros. Agora existe esse atraso, como admitiu o chefe da Huawei. Se você usar componentes chineses em larga escala, poderá obter sucesso no desenvolvimento de tecnologias e produtos nacionais, segundo ele. As sanções dos Estados Unidos e seus aliados não desaparecerão no futuro, segundo a gestão da Huawei, por isso não adianta contar com o recebimento de tecnologia do exterior. As empresas chinesas devem desenvolver produtos que sejam total ou maioritariamente independentes da tecnologia estrangeira.

O representante da Huawei não disse nada sobre a origem do processador HiSilicon Kirin 9000S no infame smartphone Mate 60 Pro, mas apelou aos fabricantes chineses para usarem mais ativamente processadores das famílias Kunpeng e Ascend da mesma marca como parte de desenvolvimento chinês serviços em nuvem e sistemas de inteligência artificial com grandes modelos de linguagem.

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