Cientistas do University College London, bem como funcionários das empresas holding do Alphabet, Google DeepMind e Intrinsic, desenvolveram o sistema RoboBallet, que permite que grupos de robôs coordenem seu trabalho de forma rápida e eficaz, relata o Financial Times.

Fonte da imagem: University College London
O projeto, chamado RoboBallet, demonstra como a IA pode ajudar a otimizar processos industriais, já que pesquisadores há muito tempo trabalham em como fazer os robôs trabalharem juntos quando eles frequentemente atrapalham uns aos outros. “O RoboBallet coloca robôs industriais em um modo de dança altamente aprimorado, com cada braço se movendo de forma precisa, proposital e em resposta às ações de seus colegas de equipe. Não se trata apenas de evitar colisões, mas de alcançar a harmonia”, disse Matthew Lai, membro da equipe de pesquisa.
Os autores do projeto alcançaram os melhores resultados convertendo os conjuntos de dados para um formato gráfico e começando a simular cenários envolvendo um grupo de manipuladores robóticos. Para processar os dados com eficiência, eles usaram aprendizado por reforço, no qual o sistema recebia uma “recompensa” ao concluir uma tarefa com sucesso ou resolvê-la mais rápido do que antes. O RoboBallet planejou e executou 40 tarefas usando oito braços robóticos, em comparação com os sistemas existentes, que conseguiam controlar apenas cinco robôs e resolver 10 tarefas nas mesmas condições.

O novo sistema, afirmam os autores do estudo, é capaz de planejar novos processos de trabalho em questão de segundos, enquanto os existentes exigem vários dias. O RoboBallet envolve o aprendizado dos princípios de coordenação do trabalho em equipe, em vez da memorização de cenários específicos. Isso permite que ele seja usado em sistemas industriais de larga escala e se adapte livremente – por exemplo, carrocerias de automóveis em produção podem estar em posições ligeiramente diferentes. Os resultados do estudo demonstram que a IA altera os métodos de movimentação e navegação dos robôs, permitindo que aprendam mais rapidamente, executem tarefas mais complexas e se adaptem com mais eficácia às mudanças no ambiente, afirmam os autores do projeto.
O desenvolvimento futuro do RoboBallet será realizado expandindo os materiais do conjunto de treinamento, incluindo gravações em vídeo de robôs trabalhando juntos – de forma semelhante, grandes modelos de linguagem são treinados em arquivos de texto. O sistema ainda não foi implantado em linhas de produção reais – ele ainda não consegue coordenar as ações de robôs com diferentes capacidades, nem gerenciar tarefas que devem ser executadas em uma determinada ordem. Mas deverá dominar essas habilidades no futuro. O projeto não é nada inesperado em termos técnicos, afirmam especialistas entrevistados pelo Financial Times, mas seu valor reside no fato de poder acelerar os cálculos em comparação com os métodos existentes. E, nesse sentido, parece promissor na prática.
