A Comissão de Comércio Justo da Coréia do Sul decidiu tomar medidas regulatórias contra a empresa americana Broadcom depois que descobriu que ela violou os padrões de ética comercial ao trabalhar com a Samsung.
Segundo a agência, a Broadcom e a Samsung estavam negociando um acordo de fornecimento de longo prazo e, em algum momento, a empresa americana exigiu que o parceiro coreano aceitasse seus termos sob a ameaça de suspensão de suprimentos e serviços de suporte. A Broadcom também exigiu que a Samsung comprasse pelo menos $ 760 milhões em produtos da Broadcom anualmente para compensar os custos associados ao casamento e também se recusou a comprar de seus concorrentes. Com extrema necessidade desses produtos, a Samsung foi obrigada a concordar com os termos propostos, que se tornaram ainda menos favoráveis com o advento da pandemia. Segundo o lado coreano, o negócio foi acompanhado de prejuízos milionários.
Informações sobre práticas comerciais desleais chegaram ao regulador, que em 2022 convidou a Broadcom a preparar de forma independente um programa de compensação. A empresa dos EUA propôs um fundo de US$ 15,5 milhões para apoiar pequenos fabricantes de semicondutores na Coreia do Sul e suporte adicional para a Samsung. Na última terça-feira, a comissão decidiu que isso não é suficiente, já que o programa não inclui indenização por prejuízos ao lesado. Agora, o regulador endurecerá as medidas de fiscalização da Broadcom: determinará se sinais de violação das leis locais são vistos nas ações da Broadcom e também oferecerá sua própria punição.
As autoridades sul-coreanas tradicionalmente protegem as empresas locais, mesmo que estejamos falando de gigantes como a Samsung, que, ao que parece, podem se defender sozinhas. E a Broadcom já tem experiência em interagir com reguladores nessas questões: reclamações contra ela surgiram de departamentos americanos e europeus; a empresa não conseguiu absorver a Qualcomm e até agora não está claro como terminará a história com a aquisição da VMware.