O desenvolvimento de infraestrutura computacional para sistemas de inteligência artificial exige um aumento na produção de componentes semicondutores e equipamentos acabados. Por sua vez, os fabricantes são forçados a aumentar os investimentos em capital para expandir a capacidade. As dez maiores empresas de semicondutores devem aumentar seus investimentos em capital este ano em 7%, para US$ 135 bilhões, pela primeira vez em três anos.

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Pelo menos seis em cada dez empresas planejam investir mais em investimentos de capital do que no ano passado, segundo especialistas do Nikkei. Entre elas, estão a TSMC, a SK Hynix, a Micron Technology e a chinesa SMIC. No caso da taiwanesa TSMC, o assunto é o plano de iniciar a construção de fábricas em nove locais ao redor do mundo. Historicamente, a empresa inicia a construção de três a cinco fábricas por ano, principalmente em Taiwan, mas este ano a expansão geográfica se estenderá aos Estados Unidos, Alemanha e Japão. Os investimentos de capital da TSMC para o ano fiscal aumentarão quase 30%, para US$ 42 bilhões.
No Arizona, as instalações avançadas da TSMC serão construídas de acordo com um acordo firmado com o governo dos EUA. A primeira de várias instalações no estado já está em operação e fornecendo produtos de 4 nm para clientes locais. Na Alemanha, a nova fábrica da TSMC começará a produzir produtos em 2027, mas sua construção está programada para começar este ano. No Japão, a TSMC espera iniciar a construção de sua segunda fábrica até o final deste ano.
A propósito, não são os fabricantes de circuitos integrados que lideram em termos de crescimento de investimentos. A fabricante americana de chips de memória Micron Technology pretende aumentar seus investimentos em 70%, para US$ 14 bilhões. Entre outras coisas, esses recursos serão usados para expandir a memória HBM, muito procurada no segmento de IA. A empresa planeja instalar equipamentos de litografia EUV em sua fábrica japonesa em Hiroshima para começar a produzir memória avançada no próximo ano.
A rival SK Hynix, que já ultrapassou a Samsung em desempenho financeiro, planeja elevar os investimentos de capital para o maior nível em três anos este ano. Isso envolve principalmente o aumento da produção de HBM, já que a SK Hynix conseguiu se tornar líder mundial neste setor.
A diretoria da AMD, cujas posições no segmento de IA são visivelmente inferiores às da Nvidia, prevê um aumento de mais de três vezes na capacidade do mercado global de componentes especializados no período de 2025 a 2030, para US$ 500 bilhões. Ao mesmo tempo, os especialistas da Deloitte Tohmatsu Consulting acreditam que o mercado de smartphones crescerá alguns pontos percentuais ao ano durante esse período. Isso não pode ser chamado de crescimento rápido, mas também não há necessidade de falar em estagnação.
O mercado de semicondutores não está isento de concorrentes problemáticos. A Intel foi forçada a cortar seus investimentos em quase 30% este ano, para US$ 18 bilhões. Na verdade, esses investimentos representarão mais da metade dos da TSMC. A Samsung espera manter seus investimentos no mesmo nível do ano passado, em torno de US$ 35 bilhões.
As esperanças dos fabricantes de eletrônicos de potência de um boom no segmento de veículos elétricos ainda não se concretizaram. A europeia STMicroelectronics planeja cortar seus investimentos de capital para, no máximo, US$ 2,3 bilhões, ante US$ 2,5 bilhões no ano passado. A alemã Infineon Technologies fará o mesmo.
A americana GlobalFoundries espera lucrar com o desejo de localizar a produção de chips nos Estados Unidos. Ela planeja aumentar seus investimentos de capital este ano de US$ 13 para US$ 16 bilhões. A chinesa SMIC, por motivos semelhantes, pretende investir um recorde de US$ 7,5 bilhões na construção de fábricas até o final do ano. Em geral, os fabricantes chineses de chips gastarão mais de US$ 100 bilhões nos próximos três anos para comprar os equipamentos de que precisam, de acordo com especialistas da SEMI.
No total, os fabricantes de chips construirão 108 novas fábricas entre 2025 e 2027, 30% a mais do que entre 2021 e 2023. A administração da SMIC acredita que o aumento da concorrência levará a preços mais baixos para serviços de fabricação de chips por contrato. A superprodução não pode ser descartada para alguns tipos de componentes semicondutores. Alguns clientes da Tokyo Electron já ajustaram para baixo seus planos de compra de equipamentos para fabricação de chips para o período até março do próximo ano. Ao mesmo tempo, a demanda no setor como um todo não caiu muito, como explicam os representantes da empresa.
