O maior fabricante contratado de semicondutores da China, Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC), relatou na terça-feira uma queda de 55% no lucro do quarto trimestre. A empresa atribuiu este resultado decepcionante ao declínio global da procura e à concorrência feroz na indústria. Os lucros não auditados foram de US$ 174,68 milhões, abaixo dos US$ 385,53 milhões do terceiro trimestre e perdendo as estimativas de consenso dos analistas de US$ 277 milhões.
A receita do trimestre aumentou 3,5%, para US$ 1,68 bilhão, um pouco acima das estimativas dos analistas de US$ 1,66 bilhão. A receita anual foi de US$ 6,32 bilhões, acima dos US$ 7,27 bilhões em 2022, de acordo com a SMIC. O lucro líquido caiu para US$ 902,5 milhões em 2023, de US$ 1,82 bilhão no ano anterior.
Em 2023, as despesas de capital foram de 7,47 mil milhões de dólares, um aumento de 17,6% em relação aos 6,35 mil milhões de dólares em 2022. Este ano está previsto manter as despesas de capital no nível de 2023. No entanto, a SMIC espera que a margem bruta diminua para 9-11% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com 16,4% no quarto trimestre de 2023.
A SMIC ganhou destaque internacional no ano passado, quando especialistas dizem que ajudou a Huawei a produzir um dos chips mais avançados já fabricados na China. Estamos falando do processador Kirin 9000S de 7nm, usado nos principais smartphones da série Huawei Mate 60, lançados em agosto do ano passado.
A indústria de semicondutores tem enfrentado dificuldades nos últimos anos, depois que a escassez de chips causada pela pandemia se transformou em excesso devido à desaceleração da economia e à menor demanda. Os especialistas acreditam que a indústria poderá recuperar no próximo ano graças ao aumento da procura por produtos que utilizam semicondutores, como smartphones e outros produtos eletrónicos de consumo.