A OpenAI continua sendo uma empresa privada e, apesar do sucesso estrondoso do ChatGPT, a natureza não lucrativa de seus negócios permanece um problema crucial em 2025. Especialistas do banco de investimentos HSBC destacaram o significativo potencial da empresa, mas alertaram que ela precisará superar desafios financeiros consideráveis para concretizar seus planos.

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Este ano, a audiência do ChatGPT atingiu 10% da população mundial e, mesmo que esse número chegue a 44% de todos os adultos, a OpenAI ainda não será lucrativa até 2030. Além disso, para concretizar seus planos, precisará de pelo menos US$ 207 bilhões em poder computacional. Essa estimativa alarmante reflete o rápido aumento dos custos de infraestrutura, a crescente concorrência e a demanda ainda mais acelerada no mercado de IA, que é mais caro do que qualquer outra tendência tecnológica na história.
A OpenAI possui importantes compromissos plurianuais com computação em nuvem, incluindo um acordo de US$ 250 bilhões com a Microsoft e um contrato de US$ 38 bilhões com a Amazon. A empresa firmou esses compromissos sem novos aportes de capital, esperando ter 36 GW de poder computacional até o final da década. Supondo que 1 GW seja suficiente para abastecer 750.000 residências, a OpenAI precisaria de um pouco menos do que todo o estado do Texas e um pouco mais do que o estado da Flórida. Alguns analistas já descreveram a empresa como um “ralo de dinheiro com um site”. Do final de 2025 a 2030, a empresa precisará de US$ 792 bilhões em infraestrutura de nuvem e IA; em 2033, o gasto total com poder computacional chegará a US$ 1,4 trilhão, sendo que apenas o aluguel de data centers custará US$ 620 bilhões.

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A receita projetada da OpenAI para 2030 é de US$ 213 bilhões, o que não é suficiente para fechar a lacuna. Existem várias maneiras de reduzir essa lacuna: dobrar o número de usuários pagantes para 20% aumentaria a receita em US$ 194 bilhões; os gastos com publicidade também poderiam ser aumentados ou o poder computacional poderia ser drasticamente aprimorado. Mas mesmo com cenários otimistas de conversão e monetização após 2030, ainda será necessário capital novo. Microsoft e Amazon não são apenas fornecedoras, mas também investidoras; Oracle, AMD e Nvidia também podem se beneficiar ou se perder com o destino da OpenAI. Analistas apontam para riscos significativos: modelos de receita não testados, a ameaça de saturação do mercado com assinaturas de IA e a enorme escala de capital necessária.
A OpenAI poderia tentar captar recursos por meio de dívida, mas isso está se tornando cada vez mais difícil. Oracle e Meta✴ recentemente captaram recursos por meio de dívida, o que gerou preocupações no mercado financeiro, já que esses casos são excepcionais e os hiperescaladores normalmente se financiam com fluxo de caixa livre. Ao mesmo tempo, os credit default swaps (CDS) da Oracle, que funcionam como um seguro contra a falência da empresa, tiveram seus preços aumentados, o que é um sinal preocupante.
Citações de especialistas renomados estão sendo cada vez mais citadas, expressando dúvidas não apenas sobre o setor de IA, mas sobre a revolução da computação como um todo. Alguns argumentam que o maior impacto na produtividade do trabalho nesta década vem das otimizações que as empresas aprenderam durante a pandemia — um efeito que nada tem a ver com IA. Harvard calculou que, sem IA e data centers, o crescimento do PIB dos EUA no primeiro semestre de 2025 seria de [inserir valor aqui].Seria apenas 0,1% — mas os investimentos colossais em IA e centros de dados baseiam-se atualmente apenas na crença de que isso ajudará a aumentar a produtividade do trabalho no futuro. Ainda não há resultados tangíveis desses investimentos.
