As tentativas das autoridades indianas de atrair fabricantes estrangeiros de componentes de semicondutores para sua pátria, segundo o presidente da Comunidade VLSI na Índia, devem ser acompanhadas pelo desenvolvimento de design de produtos e estímulo ao consumo interno. Esta é a única maneira pela qual a indústria indiana de semicondutores poderá atingir o nível global dentro de alguns anos, como Satya Gupta explicou em entrevista ao DigiTimes.
A orientação exportadora, disse, não deve continuar sendo o principal vetor de desenvolvimento da indústria nacional de semicondutores. É preciso haver um equilíbrio entre a fabricação, desenvolvimento e comercialização de componentes semicondutores na Índia. Em dez ou quinze anos, segundo o presidente da comunidade, a Índia poderá criar um ecossistema de fabricação de semicondutores de classe mundial.
Os atuais programas de subsídios para semicondutores da Índia concentram-se em estimular os gastos de capital na indústria de chips. Ao mesmo tempo, o representante da Comunidade VLSI acredita que até 10% dos subsídios devem ser direcionados ao desenvolvimento de empresas coligadas, e não apenas fabricantes de chips propriamente ditos. O desenvolvimento harmonioso do mercado na Índia permitirá atrair grandes fabricantes estrangeiros para o país com projetos de localização da produção de seus produtos.
Além disso, a Índia precisa desenvolver o mercado interno de aparelhos eletrônicos. Para obter resultados claros nessa área, é necessário formar um ecossistema nos próximos cinco ou sete anos para a criação de produtos eletrônicos indianos que tenham demanda no mercado local. Ao ocupar 25% do mercado indiano, as empresas locais poderiam ajudar a fortalecer a posição do país no mercado mundial. É possível, por exemplo, desenvolver um smartphone para o mercado indiano, que teria grande demanda aqui e ao mesmo tempo seria produzido aqui. É importante estimular o desenvolvimento do produto na Índia, não se limitando à produção e vendas, segundo o especialista.