O primeiro trimestre do ano civil atual ainda não terminou, e o valor total de acordos anunciados para a venda de startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão já atingiu US$ 54,5 bilhões, conforme observado por analistas da CB Insights. Esse valor já supera recordes trimestrais anteriores na área.

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Os acordos anunciados até agora neste ano incluem 11 startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão cada, em comparação com apenas duas startups de mais de US$ 1 bilhão anunciadas em todo o primeiro trimestre do ano passado, para um total de US$ 3,2 bilhões. O boom em acordos de startups este ano, dizem os analistas, reflete a confiança dos investidores na capacidade do governo Trump de implementar políticas antitruste que permitam que empresas apoiadas por capital de risco obtenham dinheiro decente por seus ativos.
O acordo de US$ 32 bilhões do Google para comprar a startup Wiz é o maior já feito para uma empresa financiada por capital de risco. Além disso, três outros grandes acordos foram anunciados somente em março: o SoftBank concordou em comprar a Ampere Computing por US$ 6,5 bilhões, a Scopely concordou em pagar US$ 3,5 bilhões pelos ativos de jogos da Niantic e a PepsiCo concordou em comprar a startup de refrigerantes Poppi por quase US$ 2 bilhões. Além disso, no segmento de inteligência artificial, dois negócios avaliados em mais de US$ 4,5 bilhões foram anunciados somente em março.
De acordo com especialistas da Menlo Ventures, as expectativas de vendedores e compradores no mercado de startups agora começaram a se aproximar e, portanto, após uma longa pausa, o número de negócios sendo fechados está crescendo. As difíceis condições macroeconômicas dos últimos anos tornaram mais difícil para as empresas levantar capital por meio de IPOs, mas agora o mercado se recuperou. A mudança no chefe da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) deve ajudar a impulsionar fusões e aquisições, já que a liderança anterior da agência era contra a consolidação do mercado. Os compradores acumularam muito dinheiro e agora estão prontos para gastá-lo em ativos interessantes. Além disso, a demanda adiada foi agravada pelo interesse dos investidores no tópico de inteligência artificial.
Vale ressaltar que a ascensão ao poder nos Estados Unidos de Donald Trump, com seu desejo indomável de aumentar tarifas, teve um efeito positivo no mercado de capitais, mesmo levando em conta as consequências desagradáveis para a economia. O aumento da volatilidade no mercado de ações levou os fundadores de empresas a procurar compradores. Nas novas condições, é mais difícil para startups contarem com bons lucros de um IPO, então elas estão mais dispostas a vender seus negócios para investidores específicos.
No entanto, nem todas as empresas jovens são vencedoras. Existem mais de 1.000 empresas no mercado de startups de tecnologia cuja capitalização ultrapassa US$ 1 bilhão, mas elas ainda não encontraram compradores e não estão se preparando para abrir o capital.
