O CEO da Apple, Tim Cook, fechou um acordo com o presidente dos EUA, Donald Trump, que fará com que a empresa invista US$ 600 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos para criar uma cadeia de fornecimento de componentes “abrangente” nos EUA, mas o verdadeiro escopo do compromisso é difícil de avaliar.
Fonte da imagem: apple.com
Na tentativa de garantir os cortes tarifários necessários para a Apple, Cook adotou uma estratégia que funcionou durante o primeiro mandato de Trump: prometer investir pesadamente na indústria americana sem romper laços com parceiros asiáticos, região na qual a empresa continua fortemente focada. Em fevereiro, a empresa prometeu investir US$ 500 bilhões em parceiros locais ao longo de quatro anos, e esta semana Cook prometeu mais US$ 100 bilhões para esse programa.
A Apple terceiriza a fabricação para seus parceiros há muito tempo, portanto, com o plano atualizado, ela trará aliados comprovados como TSMC, Broadcom e Texas Instruments. A empresa está investindo US$ 2,5 bilhões na fabricante de componentes de vidro Corning, que fornecerá vidros de proteção para todos os iPhones e Apple Watches; a empresa assinou um contrato plurianual com outro parceiro de longa data, a fornecedora de componentes para laser Coherent.
O novo acordo de US$ 100 bilhões dá ênfase especial ao silício, com investimentos que permitirão a produção de 19 bilhões de chips somente neste ano em 24 fábricas em 12 estados, embora Cook não tenha divulgado o valor exato alocado para a produção de chips. Ele enfatizou que a montagem continuará sendo realizada no exterior, e Trump reconheceu que transferir a produção do iPhone para os EUA é impossível em um futuro próximo.
A Apple assumiu compromissos semelhantes durante o primeiro mandato de Trump. Em 2018, a empresa prometeu US$ 350 bilhões para a produção nos EUA ao longo de cinco anos, mas isso incluía tanto investimento direto quanto custos com fornecedores — a empresa conseguiu evitar tarifas sobre seus produtos. Em novembro de 2019, Trump e Cook visitaram a fábrica da Flex no Texas, onde um fornecedor da Apple montava computadores Mac Pro. O evento se assemelhava a uma inauguração de fábrica, embora, na realidade, tenha ocorrido em 2013.
Desta vez, os compromissos da Apple incluem terceirização local, custos de data center e despesas relacionadas à pesquisa. Os fornecedores da Apple começarão a comprar wafers de silício da GlobalWafers, uma unidade no Texas inaugurada em maio passado com o apoio de uma doação de US$ 406 milhões sob a Lei CHIP — a TSMC e a Texas Instruments usarão esses wafers na produção, informou a Apple. A fornecedora americana de equipamentos semicondutores Applied Materials aumentará a produção em sua unidade em Austin, Texas, e investirá US$ 200 milhões em uma fábrica de componentes no Arizona.
A Apple está trabalhando com a Samsung para “lançar uma tecnologia inovadora de fabricação de chips nunca antes usada em nenhum lugar do mundo”. A Coreia do Sul também fornecerá sensores de imagem para as câmeras do iPhone 18, segundo fontes do Financial Times, possivelmente substituindo os sensores da Sony fabricados no Japão. A Broadcom e a GlobalFoundries serão responsáveis pela produção de componentes para chips 5G.
A TSMC, que se tornou efetivamente um monopólio na fabricação de semicondutores avançados, já está produzindo “dezenas de milhões de chips” para a Apple em sua fábrica no Arizona, disse a fabricante do iPhone. A empreiteira taiwanesa anunciou planos para construir uma fábrica nos EUA no final do primeiro mandato de Trump em 2020 para fornecer clientes locais como Apple, Nvidia, AMD, Broadcom e Qualcomm. A produção em Phoenix, Arizona, começou no final do ano passado, com a Apple se tornando o “primeiro e maior cliente” da fábrica. O investimento total da TSMC nos EUA chegará a US$ 165 bilhões, o que tem contribuído para o diálogo da Apple com Trump. A Samsung e a SK Hynix estão investindo bilhões de dólares em sua própria produção nos EUA, o que as isenta das tarifas de 100% de Trump sobre produtos semicondutores.
Analistas se mostraram céticos em relação às grandes promessas da Apple. A Jefferies observou que “é difícil imaginar como a Apple pode investir” US$ 600 bilhões, dada sua atual estrutura de custos, que pode incluir aquisições, por exemplo. A fabricante do iPhone divulgou alguns números, como seu investimento de US$ 2,5 bilhões na Corning, mas não forneceu um plano detalhado para o total de US$ 600 bilhões. A Gartner considerou a definição de uma cadeia de suprimentos “abrangente” muito vaga e explicou que não seria possível realocá-la totalmente para os EUA nos próximos quatro anos.
O HSBC afirmou que a Apple conquistou Trump sem precisar reformular radicalmente sua cadeia de suprimentos. O Bank of America afirmou que a Apple poderia obter uma vantagem competitiva se seus produtos não estivessem sujeitos a tarifas no mercado americano. E a Deepwater Asset Management expressou dúvidas de que a Apple montaria seus produtos nos EUA — o acordo atual atende aos investidores e significa que as margens da empresa permanecerão estáveis nos próximos anos.
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