Um juiz federal dos EUA decidiu sobre um processo antitruste contra o Google, considerando-o culpado de monopolizar ilegalmente o mercado de mecanismos de busca, relata a Bloomberg. É o primeiro grande caso antitruste contra a gigante da tecnologia em duas décadas.
O juiz de Washington, Amit Mehta, disse que os acordos multibilionários do Google com a Apple e outras empresas para tornar o mecanismo de busca do Google a busca padrão em smartphones e navegadores da Web bloqueiam efetivamente a concorrência no mercado. A pesquisa integrada permitiu ao Google tornar o seu motor de busca o mais utilizado no mundo e gerar mais de 300 mil milhões de dólares em receitas anuais, principalmente provenientes de publicidade.
No entanto, Mehta observa que o Google não detém o monopólio no mercado geral de publicidade em buscas, observando que concorrentes como Amazon, Walmart e outras grandes plataformas online começaram a oferecer publicidade relacionada a buscas em seus próprios sites.
«Os acordos de distribuição do Google cobrem uma parcela significativa do mercado de buscas e limitam as oportunidades dos concorrentes”, disse o juiz na decisão de 286 páginas. Mehta também observou que o monopólio do Google permitiu à empresa aumentar continuamente os preços da publicidade online sem quaisquer consequências.
O mercado reagiu imediatamente à situação. Após o anúncio da decisão, as ações da Alphabet, controladora do Google, caíram 4,5%, para US$ 159,13. As ações da Apple, que podem perder bilhões de dólares com pagamentos ao Google pela configuração do mecanismo de busca padrão no iPhone, caíram 5,8%, para US$ 207,14.
O juiz planeja realizar uma audiência separada para determinar sanções contra a empresa. O Departamento de Justiça dos EUA ainda não disse quais mudanças buscará, mas as opções possíveis incluem separar o negócio de buscas da Alphabet de outros produtos, como Android ou Chrome. A decisão poderá ser a maior dissolução forçada de uma empresa norte-americana desde a dissolução idêntica do conglomerado multinacional norte-americano de telecomunicações AT&T, em 1984.
O Departamento de Justiça dos EUA ainda não comentou a decisão do tribunal e o Google não respondeu ao pedido de comentários da Bloomberg.
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