A TikTok entrou com uma ação no Tribunal de Apelações do Circuito de D.C. contestando uma nova lei dos EUA que poderia levar ao banimento da popular rede social no país. A empresa alega que o governo não considerou adequadamente soluções alternativas para o problema e violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

Fonte da imagem: Solen Feyissa/Unsplash

A Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicativos Hostis Controlados por Estrangeiros, aprovada pelo Congresso dos EUA, exige que a TikTok se separe da controladora chinesa ByteDance até 19 de janeiro de 2025, relata The Verge. Caso contrário, o aplicativo será banido nos EUA. Os legisladores justificam a necessidade da lei por motivos de segurança nacional, temendo que o governo chinês possa aceder aos dados dos utilizadores americanos ou manipular o algoritmo para espalhar propaganda.

A TikTok afirma que a empresa forneceu ao governo dos EUA um plano detalhado para reduzir os riscos à segurança nacional, mas o plano foi ignorado. Em processos judiciais, a empresa apresentou centenas de páginas de correspondência com o governo, incluindo apresentações ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS). Esses materiais contêm uma descrição detalhada de como funciona o algoritmo de recomendação do TikTok e um plano para limitar o acesso aos dados de usuários americanos.

A empresa considera a nova lei sem precedentes, argumentando que nunca antes o Congresso proibiu uma plataforma de discurso específica ou silenciou tantas vozes de uma só vez. A TikTok acredita que a lei viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA e não atende ao padrão de “exame estrito” normalmente aplicado em casos de liberdade de expressão.

Os principais argumentos do TikTok são que “o Congresso não forneceu provas suficientes para a proibição” e “alternativas menos restritivas não foram consideradas”, e que a lei viola os direitos de liberdade de expressão de milhões de utilizadores americanos.

O Departamento de Justiça dos EUA respondeu dizendo que as agências de inteligência alertaram repetidamente sobre a ameaça de estados autoritários que poderiam usar a sua tecnologia para recolher dados sensíveis.

As alegações orais do caso serão ouvidas em 16 de setembro de 2024. E a decisão judicial subsequente poderá ter consequências graves não apenas para o TikTok, mas também para a futura regulamentação das empresas de tecnologia nos Estados Unidos. A situação também levanta questões sobre como outros governos deveriam regular as empresas tecnológicas estrangeiras e proteger os dados dos seus cidadãos.

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