O Google anunciou no ano passado que só responderia às solicitações de dados do usuário quando enviadas por meio do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Mas isso não impediu a empresa de repassar as informações do usuário às autoridades de Hong Kong, pois era uma emergência.
De julho a dezembro do ano passado, o Google divulgou dados sobre três usuários, tornando-se a primeira gigante americana de tecnologia a cumprir a lei de segurança nacional de Hong Kong, aprovada pela China em junho passado. O Google disse que só funcionaria por meio do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Apenas no segundo semestre de 2020, a empresa recebeu 43 pedidos das autoridades de Hong Kong, 3 dos quais foram processados, apesar da promessa do Google. O gigante das buscas atribuiu isso a circunstâncias extraordinárias.
Um dos pedidos era sobre uma ameaça real à vida humana – enquanto, de acordo com o Hong Kong Free Press, o Facebook em uma situação semelhante recusou no ano passado. Nos outros dois casos, as solicitações estavam relacionadas a uma investigação de tráfico de pessoas e não tinham nada a ver com questões de segurança nacional, então o Google seguiu sua própria política de lidar com solicitações governamentais de informações de usuários. Ao mesmo tempo, esclareceu a empresa, o conteúdo do usuário não era fornecido às autoridades – a empresa se limitava aos metadados: nome, endereço de e-mail, telefone, endereços IP, informações de faturamento e cabeçalhos de cartas.
A empresa esclareceu que a maioria dos pedidos das autoridades de Hong Kong ainda precisam ser processados de acordo com os procedimentos diplomáticos, inclusive no que diz respeito à segurança nacional. É política do Google que a empresa responda às solicitações de dados de acordo com as leis da parte solicitante e os regulamentos internacionais. Em alguns casos, a pessoa a respeito da qual o pedido foi feito é informada disso.
Outros gigantes da tecnologia dos EUA, incluindo Apple, Facebook e Microsoft, também anunciaram uma suspensão da divulgação pelo tempo que levará para analisar o documento após a adoção da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong. No entanto, no ano anterior à aprovação da lei, eles cooperaram ativamente, respondendo a centenas de consultas das autoridades de Hong Kong. Em particular, a Apple forneceu dados em 19-50% dos casos, a Microsoft foi para a cooperação em 60% dos pedidos.
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