O crescimento do uso de criptomoedas e ativos digitais similares no mundo nunca recebeu o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e sua posição permanece inalterada até hoje. Recentemente, representantes da organização alertaram as autoridades do Zimbábue sobre os riscos de introduzir em circulação uma moeda digital lastreada em ouro do banco central (CBDC) como alternativa ao dólar americano.

Zimbábue. Fonte da imagem: Peter Kvetny/unsplash.com

O FMI teme que o novo ativo digital não beneficie o sistema econômico do país. O fundo acredita que, em vez de lançar uma moeda digital lastreada em ouro, o Zimbábue deveria liberalizar o mercado de câmbio. De acordo com o portal Bitcoin.com, uma fonte anônima familiarizada com o assunto disse que os riscos potenciais das novas medidas precisam ser avaliados cuidadosamente, cujos benefícios devem superar os riscos macroeconômicos e de estabilidade financeira, legais, operacionais e outros.

Sabe-se que o país africano começou a trocar uma pequena quantia de dólares zimbabuanos por tokens digitais lastreados em ouro para que a população economizasse com as flutuações do mercado. Supõe-se que o uso da stablecoin do estado irá lidar parcialmente com a inflação no país.

O FMI entrou em contato com as autoridades do Zimbábue, alertando-os contra a adição de ativos “semelhantes a criptomoedas” ao sistema financeiro local. Como alternativa, representantes da organização internacional de crédito sugeriram que as autoridades do Zimbábue, além de liberalizar o mercado de câmbio, introduzissem uma política monetária rígida para proteger a nação de choques de mercado.

No entanto, esta não é a primeira vez que o FMI se opõe à introdução de ativos digitais na economia. Anteriormente, a organização criticou o país centro-americano de El Salvador por integrar o bitcoin ao sistema estatal tradicional, no qual o dólar americano está em circulação oficial. Em 2021, El Salvador tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar o bitcoin como meio de pagamento oficial a par do dólar americano. Mais tarde, em 2022, o FMI forçou a Argentina endividada a um acordo “impedindo” a adoção de criptomoedas em troca de resgates.

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