A Comissão Europeia está se preparando para impor uma multa elevada à Meta✴ por violações antitruste no mercado de anúncios classificados. O regulador afirma que o Facebook✴, uma subsidiária da Meta✴, está a minar a concorrência ao ligar o seu serviço gratuito Marketplace à rede social. Uma decisão poderá ser tomada já no próximo mês, concluindo uma das últimas investigações lideradas pela atual chefe antitruste, Margrethe Vestager.

Fonte da imagem: alexanderjungmann/Pixabay

A investigação antitruste, lançada em 2019, decorre de alegações de que o Facebook✴ estava abusando de sua posição dominante entre os rivais. A empresa oferece serviços gratuitos de anúncios classificados enquanto lucra com os dados que coleta na plataforma, principalmente de usuários empresariais. Em dezembro de 2022, a Comissão Europeia apresentou conclusões preliminares de que a Meta✴ distorce a concorrência no mercado de classificados online e utiliza dados comerciais obtidos gratuitamente para publicidade direcionada.

O Facebook✴ Marketplace, lançado em 2016, tornou-se uma plataforma popular para compra e venda de bens usados, especialmente utensílios domésticos e móveis. Contudo, nos últimos anos, surgiram novos concorrentes em segmentos especializados como a moda. A Meta✴ nega as acusações, argumentando que o Marketplace opera em um ambiente altamente competitivo e não utiliza dados dos concorrentes para combatê-los. No seu comunicado, a empresa afirmou: “As afirmações feitas pela Comissão Europeia não têm fundamento. Continuamos a trabalhar com os reguladores para demonstrar que os nossos produtos inovadores atendem aos melhores interesses dos consumidores e da concorrência.”

Se for considerada culpada, a Meta✴ poderá ser multada em até 10% da sua receita global anual, que foi de 135 mil milhões de dólares em 2023. No entanto, os reguladores normalmente impõem penalidades menos severas. A decisão do caso pode ser adiada enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se prepara para o próximo ciclo de 5 anos do órgão executivo da União Europeia (UE). Von der Leyen anunciou recentemente a nomeação de Teresa Ribera como a nova chefe do órgão de fiscalização da concorrência da UE, que sucederá Vestager no início de novembro.

Durante seu mandato de dez anos, Vestager tomou repetidamente medidas duras contra gigantes como Apple, Google e Microsoft. Há uma semana, o Tribunal Europeu confirmou a validade das reivindicações antitrust contra o Google, decidindo que a empresa abusou da sua posição dominante ao promover o seu próprio serviço de compras em detrimento dos concorrentes. No mesmo dia, o tribunal da UE condenou a Apple a pagar 13 mil milhões de euros em impostos não pagos. Estas duas decisões foram vistas como uma vitória para Vestager.

Outras jurisdições também procuram limitar a influência dos gigantes da tecnologia. A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) encerrou uma investigação semelhante sobre a Meta✴ no ano passado, depois que a empresa se comprometeu a limitar o uso de dados coletados de outras empresas em sua plataforma. Estas medidas refletem uma tendência global para o aumento da regulamentação dos mercados digitais e da proteção da concorrência no setor tecnológico.

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