No Brasil, X (antigo Twitter) e SpaceX, de propriedade de Elon Musk, enfrentam multas diárias de cerca de US$ 920 mil por supostamente violarem uma liminar. O Supremo Tribunal do país acusa X de contornar o bloqueio do serviço, que era utilizado por cerca de 22 milhões de pessoas no país. A situação agrava o conflito entre Musk e as autoridades brasileiras, que começou após o banimento da rede social no final de agosto.

Fonte da imagem: X

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, as multas diárias para X chegam a 5 milhões de reais (US$ 920 mil). O tribunal enfatizou que continuará a impor “responsabilidade solidária” à SpaceX, que fornece serviços de Internet via satélite Starlink no país. As multas serão aplicadas a partir de 19 de setembro, e o valor total será calculado com base no número de dias de descumprimento da regulamentação.

A suspensão de X no Brasil foi iniciada pelo juiz presidente do país, Alexandre de Moraes, no final de agosto e mantida por um painel de juízes no início de setembro. O tribunal concluiu que, sob a liderança de Musk, X violou a lei brasileira que exige que as empresas de mídia social tenham representação legal no país e removam conteúdo que contenha discurso de ódio ou material considerado prejudicial às instituições democráticas. Apesar da posição de Musk como um defensor absoluto da liberdade de expressão, X já atendeu anteriormente aos pedidos das autoridades para remover perfis e postagens em países como Índia, Turquia e Hungria.

Desta vez, a plataforma de Musk não atendeu ao pedido das autoridades brasileiras para bloquear contas supostamente envolvidas na publicação de informações pessoais ou confidenciais sobre autoridades federais. Além disso, para restaurar a plataforma, a empresa transferiu seus servidores para hospedagem Cloudflare e passou a utilizar endereços IP dinâmicos que mudam constantemente, dificultando seu bloqueio. Anteriormente, o X usava endereços IP estáticos no Brasil, que eram facilmente bloqueados pelos ISPs a pedido dos reguladores.

Um porta-voz da Plataforma X disse à CNBC: “Quando o X ficou offline no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviços na América Latina não estava mais disponível para nossa equipe. Para continuar a fornecer um serviço ideal aos nossos usuários, mudamos de provedor de serviços. Essa mudança resultou em uma restauração temporária e não intencional do serviço para usuários brasileiros. Esperamos que a plataforma fique indisponível no Brasil novamente em breve, mas continuamos trabalhando com o governo brasileiro para retornar o serviço aos residentes brasileiros o mais rápido possível.”

A Agência Nacional de Telecomunicações do Brasil (Anatel) foi ordenada por de Moraes a bloquear os servidores Cloudflare, Fastly e EdgeUno supostamente “projetados para contornar” a suspensão do X. Um porta-voz da Cloudflare observou que a empresa não permite ou impede o bloqueio, mas sim o uso de. endereços IP dedicados – prática padrão na indústria.

O Brasil já cobrou multas de X e Starlink ao debitar recursos das contas bancárias locais das empresas. A publicação local Correio Braziliense informou que X já havia começado a bloquear contas de acordo com ordens judiciais, incluindo os perfis dos blogueiros brasileiros Bruno Aiub e Allan dos Santos, suspeitos de espalhar desinformação.

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