O mercado de criptomoedas apresentou um crescimento significativo após o primeiro corte nas taxas de juros em 4 anos pelo Federal Reserve dos EUA (FRS) em 0,5 pontos percentuais. O Bitcoin (BTC) se fortaleceu em 3,5%, atingindo US$ 63 mil às 15h06, horário de Moscou. As ações de empresas relacionadas a criptomoedas também subiram, com Coinbase e MicroStrategy adicionando 5% cada. Os especialistas observam que a reação do mercado reflete a complexa interação entre a política monetária e os ativos digitais.
A decisão do Fed desencadeou uma recuperação massiva nos mercados. O Bitcoin, que começou a subir antes mesmo do anúncio, continuou sua tendência de alta. A reação foi mista: o salto inicial foi seguido de uma correção. Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado, ganhou quase 5%, revertendo seu recente desempenho inferior em relação ao Bitcoin. O token Solana teve um aumento impressionante de 7,5%, indicando maior interesse em ativos criptográficos alternativos.
As ações de empresas relacionadas à indústria de criptografia também apresentaram dinâmica positiva. A Coinbase, a maior exchange de criptomoedas dos EUA, subiu 5%. A MicroStrategy, conhecida por seus investimentos significativos em Bitcoin e usada como veículo de alto beta para especular sobre o preço da criptomoeda, também adicionou 5%. Estes dados indicam uma correlação crescente entre o setor financeiro tradicional e o mercado de criptomoedas.
A reação dos investidores à decisão do Fed é mista. Alguns analistas manifestaram preocupação com o facto de um corte tão significativo nas taxas poder sinalizar problemas económicos mais sérios do que se pensava anteriormente. Outros estão a concentrar-se nos potenciais benefícios da flexibilização monetária, que poderia levar ao aumento da liquidez e apoiar o aumento dos preços dos activos, incluindo as criptomoedas.
O Bitcoin apresenta uma natureza dupla, atuando tanto como instrumento de hedge quanto como ativo de risco. Sua correlação com o Nasdaq Composite Index é atualmente maior do que com o ouro, indicando a percepção da criptomoeda como um ativo tecnológico. Apesar de setembro ser historicamente considerado o mês menos favorável para o Bitcoin, a criptomoeda já cresceu 6% este ano.
Yuya Hasegawa, analista de mercado de criptomoedas da bolsa japonesa Bitbank, alerta sobre possíveis riscos associados à reunião do Banco do Japão (BOJ): “É provável que o BOJ mantenha a taxa atual, mas sinais de um possível aumento da taxa podem fortalecer o iene e desencadear uma redução do carry trade, o que poderia levar a uma liquidação no mercado de ações japonês. Este efeito pode se espalhar por todo o mercado de criptografia.” Hasegawa prevê um possível aumento do Bitcoin para US$ 65 mil por moeda no curto prazo.