O Telegram tornou-se o foco da atenção dos reguladores da União Europeia. O motivo foi o uso ativo dos canais da plataforma para espalhar desinformação e conteúdo malicioso. O primeiro-ministro da Estónia apelou à aplicação das mesmas regras de moderação de conteúdo ao popular mensageiro e ao Facebook✴ e ao YouTube.
As grandes plataformas em linha com mais de 45 milhões de utilizadores da UE estão sujeitas a regras de moderação de conteúdos mais rigorosas ao abrigo da lei de serviços digitais recentemente aprovada pela UE. Os reguladores estão estudando se o Telegram deve ou não ser qualificado como uma grande plataforma online. Ao mesmo tempo, os representantes do Telegram insistem que têm menos de 45 milhões de utilizadores activos na União Europeia.
No entanto, alguns representantes da UE questionam estes dados. Em particular, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, apelou à Comissão Europeia para realizar uma avaliação independente do alcance real da audiência do Telegram, acreditando que a plataforma se enquadra na lei como uma “plataforma online muito grande”.
Segundo a Bloomberg, citando fontes não identificadas, a Comissão Europeia está a discutir ativamente com o Telegram a metodologia de contagem de utilizadores e os critérios pelos quais é determinado se o serviço de mensagens pertence à categoria de grandes plataformas. Se for determinado que o Telegram viola as regras de moderação de conteúdo, o site enfrentará multas pesadas de até 6% do faturamento anual, e serão previstas sanções para os infratores reincidentes, incluindo o bloqueio do acesso ao mercado digital da UE.
Ao mesmo tempo, o Telegram observa que sua plataforma é ineficaz para a disseminação em massa de falsificações, uma vez que não utiliza algoritmos de recomendação e feeds de notícias. Além disso, a empresa começou a desenvolver uma ferramenta de verificação de fatos, a Fact Check, que permitirá adicionar tags às mensagens em caso de informações falsas.
Resta saber num futuro próximo se o Telegram é realmente significativamente menor do que os 45 milhões de utilizadores declarados na UE, e se este não for o caso, então Pavel Durov terá de reforçar radicalmente a moderação de conteúdo sob a ameaça de sanções graves.