O Google vem tentando reformular radicalmente a experiência da extensão do navegador Chrome há anos, passando do Manifest V2 para o Manifest V3, o que provavelmente reduzirá a eficácia de algumas extensões, como bloqueadores de anúncios. Mas mais uma vez esta transição foi adiada indefinidamente.
Em dezembro passado, a empresa anunciou que a eliminação do Manifest V2 começaria em março, mas março acabou e não houve progresso até agora. Acontece que a inovação ainda não está pronta, como relatou a equipe de desenvolvimento em sua página – eles ainda estão “analisando o feedback, fazendo alterações e melhorando a documentação”. Os desenvolvedores também garantiram que os criadores das extensões terão tempo suficiente para migrar – pelo menos seis meses. De acordo com os dados mais recentes, isso acontecerá no próximo ano.
De fato, existem muitas razões objetivas para abandonar o Manifest V2: a versão antiga da API, por exemplo, permite desenvolver extensões que consomem muitos recursos. Também não funciona de forma eficaz com plataformas móveis: o Chrome para Android ainda não oferece suporte a extensões, ao contrário do Safari no iOS. O Manifest V3, por outro lado, carece de meios para interceptar e modificar o conteúdo das páginas da web antes de serem exibidas, o que promete dificultar as coisas para os bloqueadores de anúncios. O Google não está envergonhado – a empresa pretende ir até o fim e convencer os desenvolvedores de outros navegadores, incluindo Apple, Microsoft e Mozilla, de sua correção. A propósito, a Mozilla já encontrou uma solução de compromisso, enquanto o AdGuard disse que cumprirá sua tarefa mesmo após a transição final para o Manifest V3.
Enquanto isso, de acordo com a plataforma ChromeStats, hoje 128.000 extensões são executadas no Manifest V2 e 34.000 suportam o Manifest V3, contra 136.000 e 30.000, respectivamente, em dezembro do ano passado.