A faixa de amostragem de amostras com pinças ópticas clássicas é limitada a micrômetros. Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts conseguiram aumentar esse valor em ordens de grandeza, o que mudará para sempre o trabalho com biomateriais. Além disso, o dispositivo com o feixe de captura está localizado em um chip, e este é o caminho para a produção em massa e barata de biolaboratórios portáteis.
«Este trabalho abre novas possibilidades para pinças ópticas baseadas em chips, permitindo que as células sejam capturadas e isoladas em distâncias muito maiores do que as demonstradas anteriormente. É interessante pensar nas diferentes aplicações que poderiam ser implementadas com esta tecnologia”, disse Jelena Notaros, professora de engenharia elétrica e ciência da computação (EECS) do MIT.
Graças ao novo desenvolvimento, o alcance do “raio trator” aumentou para 5 mm. Parece uma coisa pequena? Mas comparado aos micrômetros, este é um progresso e uma melhoria colossais. Anteriormente, para manipular biomateriais – fragmentos de DNA ou células (pinças ópticas não são projetadas para objetos grandes) – as amostras tinham que ser colocadas em lâminas de vidro, o que comprometia a esterilidade e arriscava contaminação. O dispositivo dos engenheiros do MIT chega tão longe que pode trabalhar com amostras sem removê-las de recipientes estéreis. Escusado será dizer que isso irá acelerar o trabalho e a pesquisa? Afinal, você não precisa mais perder tempo com medidas para garantir a esterilidade.
Os pesquisadores conseguiram alcançar um resultado tão notável quando apresentaram um emissor óptico em um chip na forma de um arranjo óptico em fases. Isso garantiu foco preciso e amplificação do feixe em um alcance mais longo do que as pinças ópticas a laser tradicionais, muito mais volumosas e mais caras.
«Com a fotônica de silício, podemos pegar esse grande e típico sistema de laboratório [pinças ópticas] e integrá-lo em um chip. Esta é uma excelente solução para os biólogos porque lhes proporciona capacidades de captura e depenagem óptica sem o custo adicional de uma configuração óptica complexa em massa”, explicam os autores do artigo, publicado na revista Nature Communications.