Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts descobriram um material que, quando exposto à luz, se transforma temporariamente em um novo estado metaestável. Essa propriedade abre caminho para um novo tipo de gravação e armazenamento de dados, muito procurado na busca por mídias mais espaçosas e densas para o futuro. Essas transportadoras são sempre necessárias e essa necessidade acompanhará uma pessoa para sempre.
Os pesquisadores ressaltam que não foram eles os descobridores das fases fotoinduzidas em determinados materiais. Essas descobertas foram feitas há muito tempo para ferroelétricos, materiais magnéticos e até mesmo supercondutores. Porém, em todos os trabalhos anteriores, as propriedades milagrosas recém-adquiridas desapareceram assim que a fonte de luz foi desligada. O novo trabalho, que examina as propriedades do composto de ferro, fósforo e enxofre FePS3, mostra que as propriedades magnéticas podem ser alteradas sob comando, e no novo estado o material permanecerá estável sem influência externa por 2,5 milissegundos.
Isto pode parecer um período de tempo muito curto. Mas para o mundo quântico, observam os pesquisadores, este é um abismo de tempo, que pode levar a novas tecnologias tanto no campo da computação quântica quanto na computação clássica. Por exemplo, hoje está se tornando cada vez mais difícil reduzir o tamanho da região de magnetização em um prato de disco rígido, o que já é feito por meio de aquecimento a laser ou radiação de micro-ondas. Os materiais magnéticos convencionais não são mais adequados para isso. São necessários antiferromagnetos que não tenham medo de interferência magnética aleatória e magnetização de áreas vizinhas. O material FePS3 é um deles. E sob certas condições, ele se transforma em paramagnético e adquire temporariamente propriedades magnéticas completamente diferentes.
Os cientistas do MIT descobriram que quando o FePS3 é resfriado à temperatura Néel (-279 ℃ para este composto), irradiá-lo com um pulso de laser terahertz faz com que os átomos do material fiquem excitados e o transformem em um estado paramagnético. Este estado permanece metaestável e dura 2,5 ms após o término do pulso de luz. Obviamente, seria razoável utilizar esta propriedade para encontrar um lugar para ela em futuros sistemas de armazenamento de dados, o que a equipe de físicos fará nas próximas etapas do trabalho. Não é fato que este será o melhor caminho para a memória do futuro, mas quanto mais caminhos assim, mais preciso será o resultado.