Pela primeira vez, uma equipe internacional de físicos conseguiu obter evidências convincentes da localização de uma onda eletromagnética em materiais tridimensionais. Grosso modo, a luz fica “congelada” no volume do material. A descoberta foi feita em um modelo digital devido ao aumento significativo do poder de computação e no futuro permitirá a realização de um experimento físico, e este é o caminho para avanços em ótica, lasers e outras áreas.
A rigor, os pesquisadores buscavam evidências da existência da chamada transição ou localização de Anderson. Esse fenômeno foi teoricamente fundamentado em 1958 pelo físico teórico americano Philip V. Anderson, pelo qual recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1977. O fenômeno tornou-se o mais importante na descrição da física da matéria condensada tanto para a mecânica quântica quanto para a mecânica clássica.
O cientista explicou que, dependendo da distribuição aleatória dos defeitos no material, os elétrons vão se mover, criando uma corrente elétrica, ou cair nas armadilhas dos defeitos e parar por aí (ficar localizados) e então o material vai demonstrar as propriedades de um isolante (dielétrico). Como as ondas eletromagnéticas se comportam em condições semelhantes não estava completamente claro. Em uma ou duas dimensões, a luz mostrou propriedades semelhantes, mas esse fenômeno não foi encontrado para materiais a granel.
Novos computadores e software otimizado (FDTD Software Tidy3D) tornaram possível realizar cálculos colossais em apenas 30 minutos, em vez de muitos dias. O modelo mostrou que o fenômeno não foi encontrado para vidro e silício, o que foi uma explicação simples de por que décadas de experimentação com esses materiais não produziram resultados. Mas, para um material a granel feito de nanoesferas metálicas, os cálculos mostraram inesperadamente que uma onda eletromagnética está de fato localizada no espaço.
As simulações confirmaram que a luz (como um caso especial de ondas eletromagnéticas) pode ser feita para interagir com o material a granel. Isso permitirá descobrir novos fotocatalisadores, avançar no campo dos lasers (criando ressonadores avançados, etc.), além de fazer descobertas no campo do acúmulo e armazenamento de energia.
«O confinamento tridimensional da luz em metais porosos pode melhorar a não linearidade óptica, a interação da luz e da matéria, permitindo controlar o brilho aleatório e a deposição de energia direcionada, dizem os pesquisadores. “Esperamos que esse fenômeno tenha muitas aplicações.”
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