Em dados do observatório espacial. James Webb, os cientistas descobriram três “Monstros Vermelhos” – três galáxias supermassivas para a época, cuja taxa de formação vai além do escopo da cosmologia moderna. A amostra é pequena, mas nos obriga a procurar novos sinais de nossa compreensão imprecisa da natureza da formação de estrelas e galáxias nos estágios iniciais do Universo.
Uma equipe internacional de cientistas liderada por astrônomos da Universidade de Genebra (UNIGE) usou dados coletados por Webb sobre galáxias em redshifts de z=5 a z=9. Para estes valores, a idade do Universo era de 1–1,5 mil milhões de anos. Devido à expansão acelerada de estrelas e galáxias no Universo, o comprimento de onda dos fótons torna-se maior e entra em uma região cada vez mais vermelha, que pode ser determinada a partir de medições espectrais. Webb é especialista nisso. Assim, permite determinar as distâncias aos objetos e sua massa com precisão aceitável.
Os cientistas selecionaram 36 galáxias distantes, massivas, empoeiradas e formadoras de estrelas para uma análise aprofundada. Desse número, 33 galáxias enquadraram-se nas ideias modernas sobre a taxa de sua formação, mas três foram muito além dos limites dos modelos. Por essa singularidade e massa supergrande, esses três objetos foram chamados de “Monstros Vermelhos”. Os cálculos mostraram que, para atingir as massas observadas, a taxa de nascimento de estrelas nelas deveria ser 50% maior do que o previsto.
Não se pode excluir que erros possam ter ocorrido nos dados observacionais. E, no entanto, os cientistas não excluem a possibilidade de que no início do Universo pudessem ter-se desenvolvido condições para acelerar os processos de nascimento de estrelas. Até agora, o material factual não é suficiente para abalar os fundamentos da cosmologia moderna. Há apenas uma sugestão de conhecimento incompleto sobre processos e fenômenos no Universo primordial. É pouco provável que “Webb” se torne um instrumento que não deixe pedra sobre pedra em pontos de vista anteriores, mas levantou dúvidas, e na ciência não há nada mais valioso do que a crítica e o cepticismo saudável.