Astrônomos detectaram a explosão de atividade de buraco negro mais brilhante e distante já registrada — o evento J2245+3743. A explosão foi produzida por um buraco negro supermassivo com uma massa de aproximadamente 500 milhões de massas solares quando engoliu uma estrela massiva que passava perto dele. O evento atingiu a luminosidade de 10 trilhões de sóis. Em março de 2025, ele havia liberado tanta energia quanto o Sol emitiria se toda a sua massa fosse convertida em energia.

Fonte da imagem: Caltech/R. Hurt/IPAC
O evento J2245+3743 foi detectado em 2018. Desde então, seu brilho diminuiu gradualmente, mas ainda está longe de sua luminosidade original. Antes dessa explosão, o evento mais brilhante era considerado o chamado “Barbie Assustadora”, uma explosão de um núcleo galáctico ativo (um quasar). A explosão de J2245+3743 revelou-se 30 vezes mais poderosa que a atividade da “Barbie Assustadora”, o que inevitavelmente atraiu a atenção dos cientistas.
Essas explosões podem ser causadas por diversos fatores — por exemplo, explosões de supernovas, colisões de estrelas de nêutrons (que criam kilonovas) e mudanças no brilho de quasares. A modelagem do evento J2245+3743 mostrou que a explosão foi causada por um buraco negro supermassivo, que despedaçou e engoliu uma porção significativa da estrela presa em seu campo gravitacional. O que é importante — e extremamente raro — é que a estrela dilacerada pelas forças de maré devia ser muito grande, aproximadamente 30 vezes mais massiva que o Sol. Os cientistas levantam a hipótese de que ela era inicialmente menor, mas, à medida que se aproximava do buraco negro, “alimentava-se” de matéria de seu disco de acreção, acumulando uma massa atipicamente grande no momento de sua morte.
Mas essas não são todas as peculiaridades de J2245+3743. O processo de aumento do brilho e subsequente declínio da explosão é excepcionalmente lento, o que também tem uma explicação. A luz dessa explosão levou 10 bilhões de anos para chegar até nós e, devido ao efeito da dilatação do tempo ao viajar na velocidade da luz, observamos a dinâmica do evento em câmera lenta — aproximadamente quatro vezes mais lenta: sete anos na Terra correspondem a dois anos lá. Esse efeito deve ser levado em consideração nos cálculos para que se possa avaliar tudo com precisão.nuances da perturbação de maré de uma estrela por um buraco negro.
