Uma colônia de bactérias foi encontrada em amostras do asteróide Ryugu, mas nem um pouco estranha

Cientistas do Imperial College London descobriram uma colônia de microrganismos em uma amostra do asteroide Ryugu que receberam para estudo. É verdade que eles não vieram do espaço. Dentro de uma semana a partir do momento em que a amostra foi contaminada com micróbios terrestres, sua colônia cresceu de 14 para 147 unidades. Os “invasores” gostaram do novo habitat. Os micróbios da Terra revelaram-se capazes de viver e se desenvolver em um substrato alienígena, o que deve ser temido ao enviar missões a outros planetas.

À esquerda está o asteróide Ryugu, e à direita estão amostras dele e micróbios terrestres descobertos lá. Fonte da imagem: Collage space.com

A missão japonesa Hayabusa 2 foi lançada em dezembro de 2014. A sonda JAXA aproximou-se do asteroide Ryugu em junho de 2018. A espaçonave passou então um ano estudando o asteroide, que tem cerca de 900 metros de diâmetro, antes de descer à sua superfície e coletar amostras. Amostras de rocha do asteróide foram devolvidas à Terra em 6 de dezembro de 2020. Após a triagem do material, ele foi enviado para diversas equipes científicas ao redor do mundo, incluindo um grupo de cientistas do Imperial College London, que, de fato, descobriu o fato de que amostras extraterrestres estavam contaminadas com bactérias terrestres.

Os cientistas acreditam que a amostra entrou em contato com a atmosfera terrestre, o que a levou a ser exposta a um microrganismo. Os pesquisadores conseguiram uma colônia já morta. Uma análise detalhada mostrou que a infecção primária foi causada por 14 microrganismos, que então formaram uma colônia e se multiplicaram por uma ordem de grandeza. Para saber o nome exato dos “invasores” é necessário realizar um teste de DNA, mas isso não é da competência deste grupo. O conhecimento de seus participantes foi suficiente para atribuir os microrganismos descobertos ao gênero Bacillus. Isso é suficiente para uma compreensão clara de que os microrganismos terrestres são agressivos o suficiente para sobreviver em um ambiente completamente estranho a eles.

A descoberta nos lembra que o trabalho com amostras do espaço deve ser feito em condições ultraestéreis, caso contrário seria um exagero falar sobre a confiabilidade da detecção de materiais orgânicos ali. Também é preciso cuidar da esterilidade das espaçonaves que pousarão na superfície de outros planetas ou corpos celestes. Os microrganismos da Terra provaram a sua capacidade de sobreviver e de se adaptar à vida em condições adversas e em ambientes invulgares. Portanto, não há necessidade de ajudá-los a se espalharem por todo o sistema solar. Eles podem lidar com isso sem nós.

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