Cientistas da Universidade de Toronto descobriram mais evidências de uma percepção contra-intuitiva do mundo quântico. Em uma série de experimentos, foi comprovado que, sob certas condições, átomos e fótons podem se comportar como se o tempo estivesse retrocedendo. O trabalho dos cientistas ainda não foi revisado por pares e está no site arxiv.org desde setembro.
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Durante os experimentos, os pesquisadores passaram luz (fótons) através de uma nuvem de átomos resfriados quase ao zero absoluto. A luz passa por esse meio com um certo atraso, denominado atraso de grupo. Isso se deve ao fato de alguns fótons serem absorvidos pelos átomos e excitá-los. Isso ocorre devido à absorção da energia do fóton pelos elétrons dos átomos e sua transição para um nível superior. Os elétrons então emitem fótons e retornam ao nível de energia anterior, e os átomos saem do estado excitado. A luz sai como se nada tivesse acontecido, mas depois de algum tempo detectável.
As coisas ficam interessantes quando a frequência dos fótons se aproxima da frequência de ressonância dos átomos. Nessas situações, o atraso do grupo torna-se negativo. No experimento, os cientistas determinaram isso pela mudança de fase entre o feixe de referência e o feixe de sondagem – este é o chamado efeito Kerr. De acordo com as observações e cálculos feitos, o atraso do grupo negativo da luz não é um erro de medição, mas um dado. Os átomos da substância pareciam estar excitados antecipadamente antes mesmo da passagem dos fótons, o que, aparentemente, pode ser explicado por sua superposição no mundo quântico. Schrödinger explicou como isso pode acontecer em nosso mundo usando o exemplo de um gato.
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Pelo menos para o atraso de grupo da luz que passa através de uma substância, o “tempo negativo” tem um significado físico tangível, que deverá ser tido em conta em estudos futuros. Para aqueles que sonham em ir para o passado ou para o futuro, isso não ajudará a realizar seu desejo acalentado, mas mais uma vez garante que verdadeiros milagres aconteçam no mundo quântico.