Em 28 de novembro de 2025, a missão Transporter-15 da SpaceX, a bordo de um foguete Falcon 9, lançou em órbita o primeiro satélite científico financiado por iniciativa privada do mundo. O satélite, do tamanho de um micro-ondas, está equipado com um espectrômetro ultravioleta de última geração com a mais alta resolução. O espectro ultravioleta é pouco acessível para observações terrestres, e os observatórios UV espaciais são a única opção para obter dados de alta qualidade nessa área da astronomia.

Fonte da imagem: Blue Skies Space Society
O satélite, desenvolvido pela Blue Skies Space Society, com sede em Londres, é um CubeSat 6U com aproximadamente 20 kg. Seu principal instrumento científico é o Espectrógrafo Ultravioleta Mauve (MUS), um espectrômetro ultravioleta de alta resolução que opera na faixa de 115–300 nm com uma resolução espectral de R ≈ 30.000–60.000. Esta é a melhor resolução disponível na faixa do ultravioleta distante e várias vezes superior à média do modo UV do Hubble.
A Blue Skies Space Society venderá os dados de observação por meio de assinatura para universidades interessadas. Especificamente, contratos foram anunciados com a Universidade de Boston e a Universidade de Columbia. O objetivo das observações será estudar erupções estelares nessa faixa e a influência dessa radiação nas atmosferas de exoplanetas. Tais erupções são típicas de estrelas que orbitam a maioria dos planetas semelhantes à Terra. Compreender como a atividade estelar influencia as atmosferas e os próprios exoplanetas é importante para a busca por sinais de vida extraterrestre.
Por fim, a observação dos trânsitos de exoplanetas na luz ultravioleta revelará dados sobre suas atmosferas, e a alta resolução do espectrômetro ajudará a determinar sua composição química com grande precisão.
