A Agência Espacial Européia anunciou o recebimento das primeiras imagens de teste obtidas pelo observatório espacial Euclid (“Euclid”), lançado há um mês para procurar vestígios de matéria escura e energia escura. As primeiras fotos quase causaram choque entre os cientistas – elas mostraram um reflexo de luz do Sol. Isso poderia enterrar o projeto no início. Havia uma fenda no corpo do telescópio que deixava entrar a luz lateral.
O Observatório de Euclides foi lançado ao espaço em 1º de julho em um foguete SpaceX Falcon 9. No mês passado, o dispositivo atingiu o ponto base a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Euclides operará no ponto L2 Lagrange, onde o Telescópio James Webb opera atualmente. A principal tarefa de “Euclides” será a criação de um mapa tridimensional de galáxias a uma profundidade de 10 bilhões de anos-luz. Ao mesmo tempo, determinará não apenas a distância das galáxias, mas também sua forma, composição, velocidade e vetor de movimento.
O programa Euclides prevê o mapeamento de 30% do céu. As primeiras fotos de teste feitas pelos cientistas mostraram que o equipamento funciona da melhor maneira possível. Mas tudo foi quase estragado por um defeito revelado no design do telescópio. Foi encontrada uma pequena lacuna, que deixou entrar a luz lateral do Sol e iluminou a imagem. Para tirar fotos sem iluminação, o telescópio precisará ser orientado no espaço de uma maneira especial. Talvez isso faça com que o observatório fique sem combustível e ela termine o programa de ciências antes do previsto, mas ainda é melhor do que uma falha na missão.
A medição precisa da posição, velocidade, tamanho e massa das galáxias em uma área tão grande do espaço nos permitirá chegar muito perto de determinar as características da matéria escura e da energia escura. O primeiro é responsável pela formação e “cimentação” das galáxias, e o segundo faz com que as galáxias se espalhem pelo Universo com aceleração. Graças a essas tarefas, o Observatório Euclides também é chamado de caçador de matéria escura, embora, é claro, não veja nenhuma matéria escura.
As primeiras imagens obtidas mostraram o alto potencial dos equipamentos do observatório. Ele tira fotos do céu cerca de um quarto da lua cheia. Uma foto é tirada na faixa óptica (visível) e a outra é tirada na faixa do infravermelho próximo. A faixa óptica permite determinar a forma das galáxias, e a faixa infravermelha permite determinar a composição e a distância da galáxia, que é auxiliada pela fotometria e decomposição em um espectro.
Nos próximos dois meses, o observatório passará por um procedimento de ajuste fino e calibração de instrumentos, e somente a partir daí iniciará o trabalho científico de pleno direito.