Descoberto no início de julho deste ano, o Cometa 3I/ATLAS tornou-se o terceiro objeto interestelar em nosso sistema solar, cativando a atenção de muitos cientistas. As observações iniciais permitiram uma determinação aproximada de sua composição, que se tornou cada vez mais precisa à medida que o cometa se aproximava do Sol. Então veio uma surpresa: o cometa subitamente começou a brilhar em um tom esverdeado, algo que ninguém poderia esperar com base nas informações já coletadas sobre este objeto.

Em 7 de setembro de 2025, o Cometa 3I/ATLAS adquiriu uma coloração distintamente verde. Crédito da imagem: Gerald Rhemann / Michael Jäger (Namíbia)

A composição incomum do Cometa 3I/ATLAS tornou-se aparente mesmo enquanto orbitava Júpiter. Naquele momento, o cometa começou a desenvolver uma coma — um envoltório gasoso — mesmo estando ainda bastante distante do Sol e de seus raios quentes, que evaporavam a matéria do cometa. Isso indicou um alto teor de carbono no material do cometa, mas não apenas isso.

A formação do envoltório gasoso e sua cauda distinta possibilitaram o estudo dos espectros do núcleo do 3I/ATLAS. Os cientistas descobriram rapidamente que o objeto apresentava níveis elevados de dióxido de carbono (CO2), níquel e cianogênio. Além disso, em um artigo não publicado, os pesquisadores mostraram que a detecção de cianogênio indica uma depleção significativa de moléculas da cadeia carbônica, incluindo C2 e C3, no envoltório gasoso do cometa.

Enquanto isso, as moléculas de C2 são responsáveis ​​pelo brilho verde — fluorescência. Surge uma situação paradoxal: o cometa brilha, mas as moléculas responsáveis ​​não foram detectadas em sua cabeleira. Isso pode significar que o C2 está presente, mas ainda não foi detectado. Ou outra molécula é responsável pela cor verde do cometa. De qualquer forma, isso sugere que a composição química do 3I/ATLAS ainda guarda alguns segredos a serem descobertos.

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