O Telescópio Espacial James Webb fez uma rara observação do exoplaneta WASP-121b, também conhecido como Tylos, um Júpiter ultraquente localizado a 880 anos-luz da Terra. Esta é a primeira observação completa de um exoplaneta com um rastro de gás de sua atmosfera se perdendo — uma espécie de cauda. Mas o surpreendente é que o planeta possui duas caudas de gás, uma das quais, de forma bastante incomum, se desloca à frente do planeta em sua órbita.

Fonte da imagem: B. Gougeon/UdeM
O exoplaneta WASP-121b orbita sua estrela a cada 30 horas. Essa proximidade com a estrela faz com que ele perca sua atmosfera devido ao aquecimento extremo, formando simultaneamente duas enormes caudas de hélio. Essas caudas foram detectadas diretamente pela primeira vez em luz infravermelha pelo espectrômetro do Webb durante um monitoramento contínuo de quase 37 horas (mais de uma órbita completa). Uma cauda se estende atrás do planeta, enquanto a outra, por razões ainda não comprovadas, curva-se para a frente ao longo da órbita. Juntas, as duas caudas se estendem por uma distância impressionante, ocupando quase 60% da órbita de WASP-121b.
A descoberta surpreendeu os cientistas, já que os modelos existentes previam apenas uma única cauda atmosférica formada por vento estelar e radiação. O autor principal do estudo, Romain Allart, observou: “Ficamos incrivelmente surpresos ao ver o quão longe o fluxo de hélio se estende.” A estrutura dupla da cauda gasosa descoberta ao redor de WASP-121b exige uma revisão dos modelos, levando em consideração a distribuição espacial do gás e as complexas interações da atmosfera do planeta com o ambiente estelar.
Os cientistas dedicaram atenção máxima a esse fenômeno incomum: ninguém jamais observou as caudas atmosféricas de um exoplaneta por tanto tempo — 37 horas ininterruptas. O tempo de operação do Webb é muito caro, então dedicar mais de um dia a um único experimento diz muito sobre o valor dos dados obtidos.
As observações têm implicações importantes para a compreensão da evolução dos exoplanetas: a intensa perda atmosférica pode eventualmente transformar gigantes gasosos em mundos menores como Netuno, ou até mesmo em planetas sem atmosfera.Planetas rochosos. Os pesquisadores classificaram o trabalho como um “ponto de virada” que exigirá o desenvolvimento de novos modelos que levem em consideração a resolução espacial dos processos que ocorrem.
