Uma equipe de cientistas europeus liderada por pesquisadores da Universidade Internacional da Catalunha (UIC) integrou pela primeira vez células solares de perovskita em materiais de construção para revestimento de edifícios e construção de paredes. O “Solar Brick” foi concebido para técnicas de instalação simples, sem necessidade de assentamento sobre cimento. Com sua ajuda será possível criar fachadas e coberturas que captam energia solar, envolvendo diretamente soluções arquitetônicas na geração.
Os pesquisadores trabalharam na integração de elementos de perovskita com lados de 99 × 99 mm em tijolos feitos da chamada cerâmica têxtil. São painéis com relevo que lembra tecido áspero. Na UE, em 2011, foi patenteada uma estrutura única de tijolo e a tecnologia da sua alvenaria seca com fixação em reforço de aço. A tecnologia permite que trabalhadores sem qualificação especial realizem rapidamente o revestimento de fachadas e paredes, incluindo revestimento sobre isolamento térmico.
Os pesquisadores apresentaram um tijolo solar experimental com laterais medindo 300 x 117 mm. A célula solar é instalada a seco, fixando-a a contatos de aço em forma de L embutidos na cerâmica. A partir dos contatos existem trilhos de aço para cima e para baixo para conectar com os elementos acima e abaixo (tijolos). A conexão é feita por soldagem elétrica. Posteriormente, descobriu-se que as ranhuras nos tijolos acabaram sendo o ponto mais fraco do projeto – aumentavam o risco de rachaduras nos tijolos, e esse ponto exigiria melhorias para trazer o desenvolvimento ao mercado.
A soldagem elétrica também se revelou uma solução imperfeita. Ao testar uma parede feita de tijolos solares quanto à vibração na frequência de 10 Hz, uma das juntas soldadas falhou. Obviamente, a confiabilidade das conexões também precisa ser estudada com mais cuidado.
No geral, constatou-se que os tijolos solares apresentam um bom desempenho “em termos gerais” em termos de oportunidades de entrada no mercado, sendo o principal problema a deterioração da cerâmica. “Estudos futuros devem reconsiderar o design do tijolo solar”, concluíram os cientistas.