Uma equipe de astrônomos chegou à descoberta surpreendente da supernova mais antiga já observada em apenas 17 horas. O Telescópio Espacial James Webb confirmou a descoberta, comprovando sua capacidade de distinguir estrelas individuais mesmo a uma distância de 13 bilhões de anos-luz — o alvorecer do universo.

Ilustração artística. Fonte da imagem: ESA
O recorde anterior também foi estabelecido pelo Telescópio Espacial James Webb. Em 2024, ele descobriu uma supernova a 1,8 bilhão de anos-luz do Big Bang. A nova descoberta refere-se a uma supernova 750 milhões de anos após o Big Bang, ou seja, 1 bilhão de anos antes.
Tudo começou em 14 de março de 2025, quando o telescópio de raios gama franco-chinês SVOM detectou a explosão de raios gama GRB 250314A. O observatório espacial Swift da NASA ajudou a identificar a fonte da explosão. O observatório espanhol Nordic Optical Telescope (NOT) detectou o brilho residual infravermelho do objeto e transmitiu suas coordenadas para telescópios maiores, incluindo o Very Large Telescope (VLT) da Europa, que ajudou a calcular o desvio para o vermelho do objeto e determinar sua distância. A rápida resposta dos colegas ajudou a organizar as observações da supernova usando o Webb, que vinculou todos os dados a uma estrela específica.
Além disso, o Webb, usando o NIRCam e outros instrumentos, não só confirmou a origem da supernova como o colapso de uma estrela massiva, mas também descobriu sua galáxia hospedeira — uma mancha tênue e avermelhada. A explosão de raios gama durou cerca de 10 segundos, típica da explosão de uma estrela massiva, e não da fusão de estrelas de nêutrons. Ao contrário das supernovas modernas, que brilham intensamente apenas algumas semanas após a explosão, esta evoluiu ao longo de meses devido ao alongamento da luz enquanto viajava em nossa direção desde um tempo tão remoto.

O ponto vermelho no quadrado é uma imagem ampliada da explosão da supernova (clique para ampliar).
Comparações com supernovas próximas revelaram semelhanças impressionantes nos eventos, embora no universo primordial as estrelas fossem mais massivas, pobres em metais, tivessem vida mais curta e o gás fosse opaco à luz durante a época da reionização. Essa descoberta sugere, portanto, que os mecanismos-chave das supernovas permanecem os mesmos do universo primordial. Diferenças nas condições iniciais não levaram a diferenças drásticas nas próprias explosões e suas consequências, embora sejam necessárias mais observações para esclarecer todas as nuances.
