Um grupo de cientistas da Universidade de Nagoya estudou mais de 7.000 estrelas massivas na galáxia anã Pequena Nuvem de Magalhães e chegou à conclusão de que nossos descendentes distantes não serão capazes de admirar este objeto. Esta galáxia está literalmente sendo dilacerada por sua vizinha maior, a Grande Nuvem de Magalhães.

Os vetores mostram as direções do movimento das estrelas na Pequena Nuvem de Magalhães. Fonte da imagem: Universidade de Nagoya

Ambas as galáxias anãs, satélites da nossa Via Láctea, servem como uma espécie de campo de testes para estudar a evolução das galáxias. Elas estão relativamente próximas: 160 mil anos-luz da Grande Nuvem de Magalhães (LMC) e 200 mil anos-luz da SMC (Pequena Nuvem de Magalhães). A pequena distância torna possível observar até mesmo estrelas individuais em cada um deles, o que fornece um terreno fértil para testar hipóteses cosmológicas. Em particular, essas galáxias são, de muitas maneiras, uma reminiscência das primeiras galáxias do Universo, e esta é a chave para entender a evolução do universo em seus estágios iniciais, que ainda não podem ser vistos diretamente.

O observatório espacial astrométrico Gaia, que agora concluiu seu trabalho, estava envolvido no mapeamento de estrelas nas galáxias LMC e LMC. Os dados do Gaia ainda não foram totalmente processados: há dois lançamentos pela frente — o quarto em 2026 e o ​​quinto e último, em 2030. Cientistas japoneses usaram a terceira edição das observações do Gaia, publicada em 2022.

«Gaia foi capaz de determinar a direção do movimento da estrela. Usando essas informações, pesquisadores japoneses criaram um mapa tridimensional de 7.426 estrelas com massa maior que oito massas solares na Pequena Nuvem de Magalhães. Acontece que as estrelas se movem em direções diferentes, e não de forma sincronizada ao redor do centro da galáxia, como seria de se esperar. Isso sugeria que uma galáxia vizinha maior, a Grande Nuvem de Magalhães, estava literalmente destruindo sua vizinha menor com sua influência gravitacional. Parece que, com o tempo (embora não num futuro próximo), a galáxia menor deixará de existir como um objeto independente.

Pequena e Grande Nuvem de Magalhães. Fonte da imagem: ESO

O que foi ainda mais valioso para o trabalho foi que algumas das estrelas estudadas no MMO não giravam. Isso, por sua vez, não envolveu o movimento da nuvem de gás ao redor. Tais processos observados contradizem ideias estabelecidas sobre a evolução das estrelas e introduzem erros sérios nos cálculos – por exemplo, ao estimar a massa das galáxias.

O estudo também fornece informações valiosas sobre como as galáxias interagem e evoluem, especialmente nas primeiras idades do Universo. A Grande Nuvem de Magalhães, semelhante em estrutura às galáxias primordiais, serve como chave para entender os processos de formação de sistemas estelares. Observar o movimento das estrelas nas Grandes e Pequenas Nuvens de Magalhães está ajudando os cientistas a relacionar a formação de estrelas à dinâmica das galáxias, potencialmente mudando nossa compreensão do Universo.

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