A famosa sonda japonesa Hayabusa2 já havia coletado e trazido com sucesso solo do asteroide Ryugu para a Terra, e então se dirigiu ao asteroide 1998 KY26 com o mesmo propósito. O novo alvo deveria ser muito menor que o anterior — 30 metros de diâmetro em comparação com os 900 metros do Ryugu — mas o asteroide alvo revelou-se ainda menor, como confirmado por novas observações. Isso complica significativamente a missão da Hayabusa2, podendo levar ao seu fracasso completo.

Impressão artística do encontro da sonda Hayabusa2 com o asteroide 1998 KY26. Crédito da imagem: ESO

Durante sua missão inicial em 2018, a sonda Hayabusa2 explorou o asteroide 162173 Ryugu, com 900 metros de diâmetro, e amostras do asteroide foram trazidas à Terra em 2020. Com o combustível restante, a sonda foi enviada em uma missão estendida até 2031 para se encontrar com o asteroide 1998 KY26, com o objetivo de aprender mais sobre os menores asteroides. Esta será a primeira vez que uma missão espacial encontrará um asteroide tão pequeno — todas as sondas anteriores visitaram asteroides com centenas ou até milhares de metros de diâmetro. Mas os cientistas não imaginavam que seu novo alvo seria ainda menor e com uma rotação ainda mais rápida.

Novas observações do objeto, incluindo aquelas usando o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (VLT do ESO), revelaram que o asteroide alvo é quase três vezes menor do que o esperado e gira mais rápido em seu eixo. Será muito difícil para uma sonda tocar sua superfície para obter amostras de solo.

“Descobrimos que o objeto é completamente diferente de como foi descrito anteriormente”, explicam os astrônomos. “As novas observações, combinadas com dados de rádio anteriores, mostram que o asteroide tem apenas 11 metros de largura, o que significa que caberia facilmente dentro da cúpula do telescópio VLT usado para observá-lo.” Ele também gira cerca de duas vezes mais rápido do que se pensava anteriormente: um dia neste asteroide dura apenas cinco minutos. Dados anteriores indicavam que o asteroide tinha cerca de 30 metros de diâmetro e girava a cada 10 minutos.

“O tamanho menor e”A rotação mais rápida observada agora tornará a visita da Hayabusa2 ainda mais interessante, mas também ainda mais desafiadora”, concluem os pesquisadores. Isso porque a manobra de pouso, na qual a sonda “beija” o asteroide, será mais difícil do que o esperado.

Mas também há boas notícias. Usando o KY26 de 1998 como exemplo, astrônomos desenvolveram um método para detectar pequenos asteroides semelhante ao que apareceu repentinamente nos céus de Chelyabinsk em 2013. Isso poderia dar à Terra uma vantagem na defesa contra tais corpos celestes. Além disso, o fato de uma sonda espacial visitar um pequeno asteroide comparável em tamanho ao da própria sonda é um evento altamente incomum e entrará para a história espacial.

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