Durante muito tempo acreditou-se que outubro deste ano seria um bom momento para a fabricante japonesa de memórias Kioxia entrar na bolsa a fim de atrair capital para suas necessidades. Com a queda dos preços das ações dos concorrentes, a Kioxia mudou de ideia sobre abrir o capital em outubro, relata a Reuters.
A empresa de investimentos Bain, principal acionista da Kioxia, esperava arrecadar fundos a partir da colocação de ações do fabricante japonês com base na capitalização total de pelo menos 10,5 mil milhões de dólares, mas agora seria problemático conseguir isso. Por exemplo, as ações da Samsung Electronics, SK hynix e Micron Technology caíram cerca de um terço em relação aos seus máximos recentes, pelo que é pouco provável que os investidores valorizem altamente os ativos da Kioxia. Representantes da empresa apenas afirmaram em comentários à Reuters que ela está se preparando para fazer um IPO no momento apropriado.
O mercado de ações japonês sofreu uma queda acentuada no início de agosto devido a um aumento inesperado na taxa de refinanciamento e aos receios sobre o início de uma recessão nos Estados Unidos, mas conseguiu recuperar as suas posições desde então. O aumento dos preços médios da memória de estado sólido melhora as demonstrações financeiras da Kioxia, mas não é suficiente para inspirar confiança nos investidores. A empresa ocupa 14% do mercado global de memória NAND. O negócio da Kioxia é baseado nos ativos da antiga Toshiba Memory Corporation, que um consórcio de investidores liderado pela Bain comprou por US$ 18 bilhões em 2018. Em outras palavras, a estimativa de capitalização da Kioxia de US$ 10,5 bilhões não seria capaz de cobrir os custos dos investidores, e uma quantidade menor não os atrai ainda mais. A empresa não conseguiu abrir o capital em 2020, e o acordo de fusão com a Western Digital foi bloqueado pela coreana SK hynix, que tem algumas participações na capital Kioxia desde 2018.