Fundada em 2016, a empresa chinesa YMTC (Yangtze Memory) fez progressos significativos na produção de chips de memória de estado sólido em pouco tempo, aproximando-se dos líderes de mercado em termos de capacidades tecnológicas em uma ou duas gerações. A Apple vem explorando o uso da memória YMTC em seus dispositivos móveis desde 2018, mas as sanções dos EUA em outubro tornaram isso impossível.
De acordo com o Nikkei Asian Review, citando suas próprias fontes, os chips de memória NAND 3D de 128 camadas da YMTC foram certificados pela Apple para uso no iPhone, e o plano original era começar a usá-los no lançamento de smartphones para o mercado chinês este ano. Segundo outros, a Apple ia usar a memória YMTC em 40% dos iPhones produzidos para o mercado global, já que o fornecedor chinês oferecia um preço 20% menor em relação aos grandes concorrentes.
Recorde-se que a 7 de outubro, a YMTC foi incluída pelas autoridades norte-americanas na lista das chamadas “contrapartes não fiáveis”, às quais por defeito foi negado o recebimento de equipamentos e componentes de origem americana, mesmo que sejam fornecidos de terceiros países. Os integrantes da lista têm 60 dias para passar por uma auditoria, que envolve visitas a empresas por inspetores norte-americanos. Em caso de recusa em participar desse procedimento, a empresa automaticamente cai em outra lista, que permite o fornecimento de equipamentos somente após a obtenção de uma licença de exportação dos EUA. Mesmo nessa situação, os reguladores americanos partem da “presunção de culpa” e podem se recusar a obter uma licença sem motivo aparente.
Obviamente, agora a Apple não poderá cooperar com a YMTC, e esta última das empresas enfrentará dificuldades para expandir suas instalações de produção e modernizar as existentes, pois depende em grande parte do fornecimento de equipamentos fabricados nos EUA à China. As tentativas de substituí-lo por análogos de outros países ou criar seus próprios não foram particularmente bem-sucedidas até agora. A empresa está agora se preparando para lançar sua segunda instalação na China.