A Samsung Electronics concluiu sua última grande aquisição de outra empresa no início de 2016, pagando US$ 8 bilhões pelos ativos da fabricante de sistemas de som Harman Kardon. No mês passado, segundo o Financial Times, a gigante sul-coreana criou uma divisão encarregada de identificar novos alvos de aquisição.

Fonte da imagem: Samsung Electronics
Segundo a fonte, essa divisão será liderada pelo presidente da empresa, Ahn Joong-hyun, que possui vasta experiência em fusões e aquisições. Fusões e aquisições são uma ferramenta comum de desenvolvimento de negócios para grandes corporações, e a lentidão da Samsung Electronics nessa área nos últimos anos se devia ao processo criminal contra Lee Jae-yong, neto do fundador e líder informal. As últimas acusações contra o herdeiro do império foram retiradas este ano, permitindo que ele começasse a moldar de forma mais decisiva o futuro desenvolvimento estratégico da Samsung. Além disso, a empresa começou a ficar para trás em relação aos seus concorrentes em diversas áreas, e é imprescindível tomar medidas oportunas e adequadas antes que a situação se deteriore radicalmente.
Ao mesmo tempo, os acionistas também pressionam a administração do conglomerado sul-coreano, que possui aproximadamente US$ 74 bilhões em reservas de caixa que poderiam ser usadas para fortalecer a competitividade da empresa. Por um lado, a Samsung poderia lucrar consideravelmente com o boom da inteligência artificial vendendo sua memória para desenvolvedores de infraestrutura relacionada. Por outro lado, a empresa será obrigada a investir quantias significativas apenas para aumentar a produção de memória. Por exemplo, o acordo firmado com a OpenAI prevê que a Samsung e a SK Hynix investirão conjuntamente US$ 27 bilhões para dobrar a produção de memória HBM, que tem alta demanda no segmento de IA.
Em comparação, os investimentos da Samsung no ano passado totalizaram US$ 36,5 bilhões, dos quais aproximadamente US$ 31,5 bilhões foram destinados ao segmento de semicondutores.A administração da empresa admitiu estar preparada para aumentar significativamente os investimentos no segmento de memória. Sob essa perspectiva, como observam analistas citados pelo Financial Times, este não é o melhor momento para a Samsung adquirir outras empresas, sendo mais prático investir seus recursos existentes na expansão de seus negócios atuais. Além disso, a Samsung ainda não possui alvos específicos para aquisição, e a capitalização de mercado de muitas empresas está inflada em meio ao boom da inteligência artificial, o que também torna tais movimentos pouco rentáveis no momento. Apesar disso, a administração da Samsung começou a preparar a empresa para explorar oportunidades nessa área.
O negócio com a Harman Kardon pode ser considerado um sucesso após quase nove anos, já que seu negócio principal gera atualmente mais lucro operacional para a Samsung do que seus negócios de TVs ou eletrodomésticos. No entanto, no último ano, a empresa adquiriu apenas seis empresas bem menores, e atualmente não há grandes alvos semelhantes à Harman Kardon em seu radar. Especialistas também observam que a Samsung está enfrentando dificuldades para integrar os ativos adquiridos à sua estrutura de negócios existente. Isso nem sempre garante um retorno financeiro completo e em tempo hábil sobre tais aquisições.
